CANOAS | Facção alvo da Polícia Civil cobrava de traficantes a liberação para vender drogas no Mathias Velho

Foto: Fabiano Costa/Polícia Civil

Da redação | A nova facção que estava se formando em Canoas e que foi alvo da Operação Feudo, deflagrada pela Polícia Civil, na última sexta-feira (5), cobrava de traficantes pequenos que queriam vender drogas no bairro Mathias Velho.

Durante a operação, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Canoas e São Leopoldo, no Vale do Sinos. O grupo criminoso, que tinha sede no bairro Mathias Velho, é dissidente de outro já atuante no estado.

A investigação que durou cerca de dois meses e foi coordenada pelo delegado Rafael Pereira, titular da 1ª Delegacia de Polícia, apurou que o pilar desta nova facção, estabeleceu sua base ao dominar o território em Canoas e região. Eles estavam controlando parte da distribuição e da venda de drogas. No local, onde as ordens judiciais foram cumpridas, os policiais apreenderam anotações que contabilizam a venda de entorpecentes que apontavam a comercialização de mais de R$ 500 mil em drogas, câmeras de segurança, celulares e notebook.

Feudalismo

Feudo era o nome de uma grande propriedade territorial que tinha sua organização econômica, política, social e cultural baseada no feudalismo que era um sistema praticado durante a Idade Média.

Também chamado de feudo medieval, este espaço era utilizado para produção e fonte de renda autossustentável. A propriedade territorial era concedida aos indivíduos por um poderoso senhor em troca de fidelidade e ajuda militar. Segundo a polícia, os integrantes da nova facção agiam de forma semelhante aos senhores feudais. Eles cobravam para que os traficantes de pequeno porte praticassem atividades criminosas, seja elas, qual fossem. Os traficantes menores precisariam pagar uma taxa que era recolhida semanalmente, e a droga só pode ser fornecida pela quadrilha.

Conforme o delegado Thiago Carrijo, que coordenou a execução da operação, “tal afirmativa tem como base as investigações realizadas por policiais civis, que obtiveram informações de que as lideranças conseguiram negociar a compra de drogas e armamento através das conexões oriundas do Mato Grosso do Sul e do Paraná.

Além disso, os integrantes, dissidentes do outro grupo criminoso, atuavam de forma agressiva, propagando o terror com a utilização de armas, aproveitando-se da força e das ameaças provenientes desta nova aliança.

O diretor da 2ª DPRM – Regional de Canoas, delegado Mario Souza, reiterou que “o enfrentamento ao crime organizado é um dos nortes da gestão operacional da região. Nossa operação visava antecipar a atuação e desarticular essa facção que pretendia se formar na Região Metropolitana.”

O grupo estava nascendo no bairro Mathias Velho (Foto: Fabiano Costa/Polícia Civil)

Além disso, o delegado ainda ressaltou que “essa operação é também consequência da ocorrência de homicídios em Canoas, visto que a diretriz operacional na região é onde ocorrer crime de homicídio deverá ocorrer maior atenção e energia nas ações da Polícia Civil, já que o combate ao homicídio e prioridade por aqui”. O titular da 2ª DPRM concluiu enfatizando que “esses crimes violentos foram esclarecidos e que as investigações continuam.”

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