Foto: Alex Schneider/GBC
FolhaPress | Dezoito dias apĂłs o Ășltimo reajuste na gasolina, a Petrobras anunciou nesta terça-feira (23) aumento de 2%, em mĂ©dia, no preço do produto em suas refinarias. A alta, de R$ 0,0396 por litro, Ă© considerada por importadores insuficiente para cobrir a defasagem de preços acumulada no perĂodo.
Ao contrĂĄrio do que vinha ocorrendo, a empresa antecipou o aumento a seus clientes na noite de segunda (22), antes de alterar os valores em seu site. Nesta segunda, a estatal mudou o modelo de divulgação do preço dos combustĂveis, passando a publicar os valores de cada um dos seus 35 pontos de venda.
No modelo anterior, os reajustes eram publicados no site da companhia entre o fim da manhĂŁ e o inĂcio da tarde do dia anterior. O site divulgava os preços mĂ©dios por produto e nĂŁo a lista de pontos de entrega.
ApĂłs a alta desta terça, a gasolina sairĂĄ das refinarias da Petrobras ao preço mĂ©dio de R$ 1,975 por litro, ante os R$ 1,9354 vigentes pelos Ășltimos 18 dias. No segundo semestre de 2018, o entĂŁo presidente da estatal, Ivan Monteiro, havia estabelecido um perĂodo mĂĄximo de 15 dias sem reajustes da gasolina.
Segundo a Abicom (associação que representa as empresas do setor), a defasagem na gasolina antes do reajuste variava entre R$ 0,09 e R$ 0,20 por litro, dependendo do ponto de entrega. A conta considera um conceito chamado paridade de importação, que inclui a cotação internacional e os custos para trazer o produto ao paĂs. Ă o mesmo conceito utilizado pela Petrobras em sua polĂtica de preços dos combustĂveis anunciada em 2016.
Como a gasolina da Petrobras representa apenas 32% do preço final do produto, o repasse integral giraria em torno de R$ 0,012 por litro. O preço do diesel foi reajustado em 4,8% na Ășltima quarta (17), quase uma semana apĂłs recuo em aumento de 5,7%, que derrubou as açÔes da companhia nas bolsas.
O recuo foi decidido apĂłs telefonema do presidente Jair Bolsonaro ao presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, alertando sobre os riscos de greve dos caminhoneiros, levantando crĂticas sobre interferĂȘncia do governo na gestĂŁo da empresa. Em entrevista para anunciar o reajuste na quarta, Castello Branco disse que a decisĂŁo de suspender o aumento anterior foi interna e que Bolsonaro lhe garantiu independĂȘncia para definir os preços.