NOVA SANTA RITA | Vereadores pedem que prefeitura corte gastos “na carne” para pagar dĂ­vida

Foto: Jaime Zanatta/ GBC

Da redação | Sete vereadores de Nova Santa Rita acusam a prefeitura de distorcer os fatos a respeito da situação do transporte coletivo. Em nota divulgada nesta terça-feira (1), os parlamentares alegaram que a dívida resultante do déficit constatado na empresa concessionåria se originou pela må gestão da administração municipal, que teria pago quase R$ 300 mil para encomendar um estudo sobre o serviço em Nova Santa Rita.

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Os vereadores detalharam que esse mesmo estudo tambĂ©m previa uma integração com o transporte intermunicipal, cujo acerto aguardava apenas a resposta da Metroplan. PorĂ©m, segundo eles, o contrato foi assinado antes da resposta da fundação, inviabilizando a integração. “Somente a integração correspondia a 18 mil passageiros por mĂȘs – o dĂ©ficit que estĂĄ sendo falado hoje Ă© de 29 mil passageiros por mĂȘs”.

Coletivos não estão circulando nesta terça-feira

O projeto que criava o transporte municipal foi aprovado por unanimidade pelos vereadores. Neste ano, outro projeto tambĂ©m aprovado isentava a empresa Expresso Charqueadas de pagar ISSQN (de 2% para 0%), bem como aumentado o subsĂ­dio da passagem escolar, de 50% para 75%. “ApĂłs a aprovação, os vereadores descobriram a dĂ­vida atravĂ©s do projeto que a Prefeitura Municipal enviou para o Legislativo, em que pedem o aval dos parlamentares para a obtenção de crĂ©dito de R$ 1.150.000,00 (um milhĂŁo cento e cinquenta mil reais) para pagarem a dĂ­vida milionĂĄria que criaram atravĂ©s de irresponsabilidade com o dinheiro pĂșblico”.

O documento assinado pelos vereadores ainda diz que “horas depois da prefeita Margarete Ferretti divulgar vĂ­deo no Facebook falando sobre o pagamento da dĂ­vida e mentindo ao dizer que os vereadores jĂĄ aprovaram o projeto, a empresa Expresso Charqueadense iniciou açÔes para que os funcionĂĄrios assinassem a carta de aviso prĂ©vio”.

A manifestação contou com as assinaturas dos vereadores Mateus Marcon, Gugu da FarmĂĄcia, Leonardo Vieira, LebrĂŁo, Alex Ávila, Renato Machado e Paulinho da AmbulĂąncia. Eles revelaram que, ao descobrirem a dĂ­vida, realizaram reuniĂ”es pĂșblicas com os representantes da empresa Expresso Charqueadense e Fundação La Salle, tendo a presença de representantes do Executivo Municipal. Sete dos 11 vereadores elaboraram uma carta aberta propondo oito medidas para que a situação fosse resolvida o mais rĂĄpido possĂ­vel.

“Em nenhum momento a prefeita Margarete Ferretti entrou em contato com os vereadores para debater as 8 medidas, muito menos para encontrar alguma solução conjunta para o problema. E, atravĂ©s da desinformação, coloca a população contra o Legislativo do municĂ­pio”, dizem os legisladores na nota.

Entenda
A Prefeitura de Nova Santa Rita havia encaminhado para a Cùmara de Vereadores o Projeto de Lei n° 030/2019. O texto pede que o Legislativo autorize a inclusão do déficit superior a R$ 1 milhão da empresa Expresso Charqueadas na Lei Orçamentåria Anual (LOA) de 2019.

Quando o Executivo assinou o contrato com a empresa em 2018, estava previsto que caso houvesse dĂ©ficit na empresa, o prejuĂ­zo seria ressarcido com dinheiro dos cofres pĂșblicos. A justificativa dada na Ă©poca era que o sistema de transporte municipal se tratava de uma novidade que ainda nĂŁo havia sido testada. Antes disso, o transporte dos moradores dentro da cidade era feito por coletivos que faziam a ligação entre Nova Santa Rita e Canoas.

ApĂłs um ano de operaçÔes do sistema, a Expresso Charqueadas que faz as linhas municipais, apresentou um dĂ©ficit de R$ 1.150.000,00. Se dividir esse valor, a mĂ©dia supera a marca de R$ 80 mil por mĂȘs. Agora, para ressarcir a empresa, a Prefeitura precisa colocar este valor no Plano Plurianual (PPA) na Lei de Diretrizes OrçamentĂĄrias (LDO) e depois na LOA.

De onde veio o prejuĂ­zo
Assim que receberam o PL, os parlamentares foram atrås da Fundação La Salle. A instituição fez uma pesquisa que serviu de base para a construção do sistema de linhas municipais.

No estudo, a empresa informou que apontou todos os dados necessårios. Porém, o grande problema foi que a ViaNova, na época um consórcio constituído entre as empresas Sogal e Viação Montenegro, não iria conseguir integrar as linhas do intermunicipal com as do municipal.

A pesquisa apresentada pelo La Salle previa um total de 55 linhas municipais, com trajetos curtos, o que no final das contas iria garantir lucro para a empresa e não prejuízo. Porém, na pråtica, foram criadas mais de 100 linhas com trajetos longos o que resultou no déficit.

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