Dois agiotas de Canoas foram presos nesta quinta-feira (28) durante a Operação Cobrador, deflagrada pela Polícia Civil. As vítimas, eram motoristas de aplicativo e comerciantes.
Foram nove ordens judiciais cumpridas em Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, Viamão e Porto Alegre. Devido a lei de abuso de autoridade, os criminosos não tiveram os nomes divulgados.
Como funcionava o esquema
Através das redes sociais, os agiotas ofereciam empréstimos. Depois que as vítimas procuravam eles, os criminosos pegavam todos os dados possíveis. Segundo o delegado Thiago Lacerda, que coordenou a ação, já era uma forma de se preparar a extorsão.
Os valores oferecidos variavam entre R$ 1 mil e R$ 10 mil. A regra era favorecer no início e começar a cobrar mais veemente depois, passando para a aplicação de juros mais abusivos e elevando o valor da dívida. Conforme a investigação, a dívida se tornava impagável porque era cobrada em pequenos valores e, em vários casos, chegava a ser até sete vezes maior do que a quantia do empréstimo, ficando em muitos casos como se fosse uma prestação por meses ou anos.
Como geralmente as vítimas ficavam sem ter como arranjar tanto dinheiro ou gastavam o que tinham guardado, começava a ocorrer uma série de ameaças e até agressões. As ameaças ocorriam geralmente pelo WhatsApp, tanto em áudio quanto em texto. Em um dos casos, o criminoso diz que iria tocar fogo na casa do devedor e, em outro, diz para ele não pagar a prestação do carro usado nas plataformas de aplicativos e usar o dinheiro para quitar a parcela da dívida.