Foto: Ulbra/Divulgação
Da redação | Um desligamento em massa foi realizado na última quinta-feira (10) na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). 500 funcionários foram demitidos, sendo 200 professores e 300 técnicos. As dispensas ocorreram em todos os campi da universidade no Rio Grande do Sul. Os dados são dos três sindicatos do Ensino Superior do Estado.
De acordo com o Sindicato dos Professores do Ensino Privado (Sinpro-RS), as demissões em início de semestre são comuns, mas não nessa proporção. Antes das demissões, a Ulbra tinha 1.332 professores no Ensino Superior e 287 no Ensino Básico.
Procurada, a universidade não se manifestou oficialmente para a imprensa nesta segunda-feira (10). Porém, para os alunos a mantenedora Educacional Luterana do Brasil (Aelbra) informou que “esses movimentos darão condições de adequar a estrutura ao momento de retração da Educação Superior e, também, de enfrentar, de forma consistente, os problemas que são específicos de nossa instituição”.
A Aelbra ainda afirmou que “as decisões que tomamos, algumas delas muito difíceis, são absolutamente necessárias para que possamos olhar com esperança para o futuro e recolocar a Ulbra no caminho do crescimento”.
O que dizem os alunos
O Centro Acadêmico de Administração Ulbra Canoas (Caad) lamentou o que eles denominam como “sucateamento” dos cursos que acontece “através da perda de bons professores, com experiências comprovadas em sala de aula”.
Por meio de nota, os alunos ainda reforçaram que “esse fato, somado à falta de informações e transparência da Ulbra, mais uma vez prova que não há um planejamento pensado na melhor experiência e expectativa dos alunos em relação ao corpo docente”.
Auditoria
Conforme o diretor de Formação do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Privado dos Vales do Rio Grande do Sul (Sintep Vales), Alexandre Anchieta Wociechoski, a justificativa para as demissões é a contratação de uma empresa terceirizada, que estaria desde agosto, avaliando possíveis ajustes no departamento de funcionários da Ulbra. “Os mais afetados foram os funcionários com mais tempo de casa, contratados há 20, 25, 30 anos, que oneravam muito a folha de pagamento, na visão da empresa contratada pela universidade. Mais de 80% dos alvos tinham altos salários, embora haja demitidos também que recebiam o piso salarial. As demissões foram generalizadas”, comentou.
Outras universidades
De acordo com os sindicatos, demissões de funcionários e professores também ocorreram na PUCRS, Uniritter, Unisinos e UCS. A Universidade de Caxias do Sul foi a única que até o momento não confirmou as dispensas.