Foto: Jaime Zanatta/GBC
Da redação | Com quase 70 anos de história, a Escola Estadual de Ensino Fundamental Jasmelino Jardim, em Canoas, corre o risco de encerrar as atividades. Com aulas apenas pela manhã, a escola tem 56 alunos que são freqüentam turmas que vão do terceiro ao nono ano.
A solução encontrada pela direção é de incluir o Ensino Médio. “Caso a gente ofereça isso para a comunidade, que não quer o fechamento da escola, vamos agregar cerca de 120 alunos que se formam todos os anos nas três escolas municipais que ficam a menos de dois quilômetros de distância. Muitos deles não tem vagas nas escolas estaduais, que ficam mais longe que essa distancia, e não conseguem oferecer vagas para todos”, afirma o diretor da escola, Marcos Dal’bó.
Porém, a escola precisa se adequar para receber esses alunos. Uma dessas adequações é a finalização Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) e reformas em salas de aula. “Temos R$ 100 mil na conta que a escola ganhou em 2018 em um empréstimo do BIRD. Porém, enquanto a secretária de obras não vir aqui, não consigo usar o dinheiro”, comenta Dal’bó.
O Jasmelino tem oito salas de aula, laboratório de informática e biblioteca. Os alunos contam com o auxílio de três funcionários e uma merendeira. Porém, enfrentam a falta de professores. “A escola precisa de, no mínimo, dois professores para as séries finais. Faltam seis horas de geografia, oito horas de ciências e quatro de educação artística”, enfatiza o diretor.
Além do ensino médio, Dal’bó reforça que também busca oferecer o Educação de Jovens e Adultos (EJA). “A escola já ofereceu o EJA lá na década de 70. Nos organizamos para ter o ensino médio pela manhã, fundamental a tarde e o EJA a noite”.
Contra o fechamento
Além dos alunos e da equipe da escola, a comunidade do bairro Nossa Senhora das Graças está se mobilizando contra um possível fechamento da escola que em 2012, por exemplo, chegou a ter 600 alunos. “Preciso que a comunidade acredite que a escola não vai fechar. Não vou deixar isso acontecer. Porém, preciso da ajuda deles”, relata.
Ajuda essa que já vem dando resultados. Dal’bó relata que precisava fazer a manutenção de um portão. Conversou com os responsáveis pelos alunos e um avô se candidatou. “O portão queimou no temporal. Eu ia gastar mais de mil reais para fazer o conserto. Ele veio aqui e nos ajudou. Isso me ajuda a mostrar para eles que a escola não é minha e sim deles, da comunidade”.
Por enquanto, sem fechamento
Questionada, a Secretaria Estadual de Educação (SEDUC) encaminhou uma nota informando que a solicitação de reforma com os recursos do BIRD para a escola Jasmelino Jardim está na etapa de vistoria. Por isso, a responsabilidade é da 11ª Coordenadoria Regional de Obras (CROP).
Sobre o fechamento, a SEDUC disse que, no momento, não existe um processo de fechamento da escola. “O Jasmelino conta com um encaminhamento do processo de implantação de ensino médio que deverá ser avaliado”, diz a pasta na nota.
Procurada, a CROP não atendeu as ligações.