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Canoas
05 de outubro de 2024

O impeachment é um remédio amargo, por vezes necessário

No último final de semana, após mais de 51 horas de sessão, os vereadores de Caxias do Sul cassaram o mandato do então prefeito Daniel Guerra/Republicanos

A partir do afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff/PT, em 2016, o instrumento do impeachment tem se tornado conhecido e, bem ou mal, mais utilizado no país. No último final de semana, após mais de 51 horas de sessão, os vereadores de Caxias do Sul cassaram o mandato do então prefeito Daniel Guerra/Republicanos – fato inédito na história da cidade.

O impeachment é sempre um capítulo triste na história de qualquer órgão, contudo, ele é um recurso legitimado por lei e quer pode ser encaminhado por qualquer cidadão. É errado dizer que cassar um governante é desrespeitar a vontade do eleitor, muito embora soberania do voto deve sempre ser levada em consideração, porém, as motivações da maioria dos pedidos de impedimento partem de um clamor da própria sociedade, como dizer “corrija o meu erro”.

E este fato vem ao encontro do impeachment do prefeito de Caxias do Sul. Daniel Guerra pagou pela falta de diálogo com a população, conselhos e diversas entidades do município da região. A rigor de Dilma, Guerra sofreu não apenas uma crise com popularidade, mas também de de governabilidade, e quando isso acontece, quem paga é o desenvolvimento seja do município, estado ou país.

Volto a dizer que o afastamento de um governante nunca é o ideal, é um remédio amargo e que coloca os denunciantes em um débito ainda maior com os eleitores, pois precisa, no mínimo, fazer diferente. Mas assim como ele não pode ser conduzido de forma banal, também não deve ser levado a risca de “Não matou? Não roubou? Deixa lá”.

Os vereadores e deputados, igualmente eleitos, podem e devem atender ao chamado da população, e caso errem, então serão eles que perderão os cargos no próximo pleito. Vantagens que só um regime democrático propicia, que por óbvio não agradará a todos, por isso mudar é permitido através do exercício democrático, que ao contrário do que muitos pensam, acontece todos os dias.

Ps: Este foi um último texto da coluna em 2019. A todos e todas um feliz ano novo e a certeza de quem sigamos juntos!

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