Como funcionava a fábrica que produzia gelo com água não tratada em Canoas

Empresa apresentava falhas no controle de vetores e presença de pragas na área de produção

A fábrica de gelo alvo de uma operação nesta quinta-feira (23), em Canoas, teve suas atividades suspensas e foi interditada. O local, que produzia a marca Gelo Rei, funcionava em desconformidade com a legislação e más condições de higiene.

Conforme o Ministério Público (MP), além da utilização de fonte de água não autorizada para produção do gelo, a empresa apresentava falhas no controle de vetores e presença de pragas na área de produção.

A operação contou com as equipes do Ministério Público, (MP) da Polícia Civil, Fepam, Corsan e vigilância sanitárias Estadual e Municipal.

Duas pessoas foram presas em flagrante e responderão por crimes ambientais e contra as relações de consumo. O MP informou que no local, às margens do Rio Gravataí, foram apreendidos 800 sacos de gelo de 3kg, 200 de 10kg e 24 bobinas de embalagens.

O órgão explicou que a suspensão das atividades da empresa é decorrente de investigação que detectou vazamento de amônia, caracterizando crime ambiental, e produção de gelo com água sem tratamento, de um poço artesiano não autorizado.

Conforme o promotor de Justiça Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, a fábrica estava com o fornecimento de água suspenso pela Corsan desde março de 2019, mas continuava produzindo gelo.

“Será expedido pela Vigilância Sanitária estadual uma circular para que as coordenadorias do órgão promovam a fiscalização e apreensão do produto em todo o Rio Grande do Sul”, afirmou o promotor.

O promotor alertou para que as pessoas não consumam o gelo que eventualmente tenham em casa. “Nossa preocupação com este tipo de atividade ilícita é ainda maior em tempos de cuidados extremos com a higiene em razão do combate à pandemia da Covid-19”, destacou.

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