O Ministério da Saúde divulgou, na manhã desta quarta-feira (20), orientações sobre o uso da cloroquina no tratamento da covid-19. O texto libera, no Sistema Único de Saúde (SUS), o uso do medicamento até para casos leves da doença.
Segundo as novas orientações, o paciente deve assinar um termo de consentimento que afirma que a cloroquina e hidroxicloroquina podem causar efeitos colaterais “como redução dos glóbulos brancos, disfunção do fígado, disfunção cardíaca e arritmias, e alterações visuais por danos na retina”.
Até então, a medicação era prevista apenas para casos graves.
Medicamento está sendo testado
Estudos internacionais, contudo, não encontraram evidências concretas de que o uso do medicamento beneficie pacientes com covid-19. Quatro pesquisas publicadas neste mês em revistas internacionais altamente conceituadas no meio científico sugerem que a adoção da medicação não trouxe ganhos efetivos aos doentes — e um deles aponta que 10% dos doentes que usaram hidroxicloroquina tiveram problemas cardíacos.
Hoje, a cloroquina e o seu derivado, a hidroxicloroquina, usadas originalmente para tratar malária, já aparecem entre as drogas mais testadas no mundo contra a covid-19. Segundo a plataforma Clinical Trials, que reúne dados globais sobre testes de medicamentos, há, atualmente, cerca de 6,4 mil pesquisas em desenvolvimento.
Um estudo desenvolvido entre três das entidades mais envolvidas no cuidado a pacientes infectados por coronavírus divulgaram, na segunda-feira (18), um documento com diretrizes para o tratamento da doença. Nele, a Associação de Medicina Intensiva Brasileira, a Sociedade Brasileira de Infectologia e a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia recomendam que a cloroquina não seja utilizada no tratamento da covid-19.