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Canoas
19 de abril de 2025

“Praticamente um lockdown”, diz secretário sobre possível bandeira preta em Canoas

Ritter explicou em entrevista que as pessoas devem colaborar para evitar classificação mais alta

O secretário municipal da Saúde de Canoas, Fernando Ritter, concedeu entrevista para a reportagem de Agência GBC na tarde desta segunda-feira (29) para falar sobre a situação crítica do coronavírus na cidade. Na noite de domingo (28), o prefeito Luiz Carlos Busato comunicou que o sistema de saúde de Canoas chegou próximo ao limite da capacidade de atendimento.

Ritter explicou que o município precisou tomar medidas emergenciais para evitar que a Saúde de Canoas entrasse em seu limite. Isso porque a demanda aumentou significativamente tanto nos hospitais de campanha quanto no Hospital Universitário, que é referência para tratamento de pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19. A média de atendimento nos hospitais de campanha, que era de 40 a 60 por dia, chegou no fim de semana a 100, conforme o secretário.

“Na semana passada, colocamos 10 novos leitos de UTI de Covid no HPS para desafogar leitos do HU, que passou a atender mais pacientes. Em 72 horas, passamos de 15 pacientes suspeitos e confirmados para 27, sendo que nós temos limite 28 para esse tipo de atendimento. Também decidimos suspender as cirurgias eletivas, pois precisamos repor aqueles profissionais que estão adoecendo e se afastando por síndrome gripal ou mesmo por coronavírus”, explica Ritter.

O secretário destaca que Canoas enfrenta um processo de esgotamento na saúde. Por isso, a administração está em tratativas com o Estado para aumentar o número de leitos de UTI. A dificuldade, conforme ele, também é percebida na área de recursos humanos. “Estamos com dificuldade para compor equipes de saúde. Enquanto contratamos mais de 700 pessoas, tivemos baixa de 500 que precisaram se afastar. Temos ainda o risco de falta de medicamentos essenciais para o tratamento dos pacientes”, conta Ritter.

Sobre Canoas migrar para a bandeira preta, Fernando Ritter afirmou que isso seria possível caso as pessoas não tomarem as medidas necessárias de combate ao coronavírus. Segundo o titular da pasta, essa classificação é “praticamente um lockdown”, já que prevê a restrição ainda mais das atividades. “Temos como evitar, ainda podemos trabalhar com isso. Volto a dizer, as pessoas precisam voltar a acreditar que o coronavírus tem um curso diferente das demais. As pessoas chegam em nossas unidades de saúde e em poucas horas elas têm uma piora no quadro clínico”, pontua.

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