O governador Eduardo Leite disse nesta quinta-feira (13) que o retorno das aulas presenciais no Rio Grande do Sul dependerá do quadro de risco da pandemia de coronavírus. Segundo ele, a volta ocorrerá somente nas regiões que estiverem em bandeira amarela e laranja. A proposta de retorno gradual das atividades presenciais tem sido debatida com os municípios.
A ideia do governo estadual é que a volta comece a partir do próximo dia 31 para as redes pública e privada. O primeiro nível a voltar seria o Ensino Infantil. O Ensino Superior retornaria em 14 de setembro, o Médio e Técnico, em 21 de setembro, os anos finais do Ensino Fundamental, em 28 de setembro e os anos iniciais, em 8 de outubro.
“A retomada iniciaria pela Educação Infantil justamente porque, nessa rede, o cumprimento de dias letivos não é obrigatório. O envio dos alunos pelos pais, portanto, não seria compulsório. Nos Ensinos Fundamental e Médio, os alunos estão estudando por meio remoto, porque as crianças já têm autonomia para acessar as aulas. O mesmo não ocorre na Educação Infantil, onde crianças de zero a cinco anos têm pouca condição de terem estímulos e de se manterem atentas por meio remoto”, detalhou o governador.
Durante a live nas redes sociais, Leite pontuou que, do ponto de vista pedagógico, a aula remota não tem capacidade de substituir as aulas presenciais no sentido de manter o estímulo e a transferência de conhecimento para crianças e jovens.
Segundo o governador, na Educação Infantil, pais e responsáveis estão deixando de pagar a mensalidade das escolas, que acabam quebrando. “Se essas escolas para essa faixa etária deixarem de existir, a rede pública não terá capacidade para suportar a demanda que surgirá”, ponderou Leite.
De acordo com o chefe do Piratini, a retomada da Educação Infantil será, antes de tudo, uma opção de prefeitos e pais. “Trata-se de retirar a restrição imposta pelo Estado. Os prefeitos poderão avaliar se seus municípios têm condições, e os pais que preferirem manter as crianças em casa inclusive devem fazê-lo. Queremos dar uma opção aos pais que não têm onde deixar as crianças e que precisam retornar ao trabalho”, reforçou.
Caso os indicadores de contágio por coronavírus começarem a subir, o Estado prevê que o cronograma inicialmente proposto seja adiado. “Não arriscaremos um retorno precipitado. Há uma série de condicionantes. Nada será feito sem a convergência dos prefeitos e dos especialistas e sem a segurança de que os indicadores apontam para um momento de estabilidade”, reiterou.
Na terça-feira (11), uma reunião entre o governo do Estado, a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e presidentes das 27 associações regionais deu início à conversa, que ainda envolverá encontros com o Ministério Público do Rio Grande do Sul, o Tribunal de Contas do Estado e os próprios prefeitos. O foco foi o caráter inicial da discussão sobre a retomada presencial das aulas no Rio Grande do Sul.
“Ao lado do governo do Estado, as prefeituras são as grandes mantenedoras das redes de ensino. Por isso, os prefeitos precisam se organizar, seja o retorno no início de setembro ou mais adiante. Precisam identificar os protocolos demandados, os cuidados exigidos, fazer contratação de equipe, compra de materiais e de equipamentos necessários ao retorno seguro. Por isso, chamamos os prefeitos para dar início ao debate”, explicou Leite.