PELA 6ÂȘ SEMANA: todo o Rio Grande do Sul segue na bandeira preta

Mesmo com queda de internaçÔes, o governo fala que os hospitais seguem funcionando sob pressão

Pela sexta semana consecutiva, o mapa do modelo de Distanciamento Controlado traz o Rio Grande do Sul inteiro em risco altĂ­ssimo devido Ă  pressĂŁo sobre a capacidade hospitalar. Isso significa que, nesta 48ÂȘ rodada, todas as 21 regiĂ”es Covid do Estado estĂŁo em bandeira preta.

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Esse jĂĄ Ă© o mapa definitivo, sem possibilidade de envio de pedidos de reconsideração, devido Ă  gravidade do cenĂĄrio. TambĂ©m segue suspensa a Regra 0-0, a partir da qual municĂ­pios sem registro de Ăłbito ou hospitalização de moradores nos Ășltimos 14 dias poderiam adotar protocolos de bandeira imediatamente inferior. A cogestĂŁo regional, por sua vez, estĂĄ permitida.

A anĂĄlise dos 11 indicadores do modelo de Distanciamento Controlado desta semana mostra que houve redução no nĂșmero de confirmados com Covid-19 em leitos clĂ­nicos (-20%), assim como leve queda no nĂșmero de internados pela doença em leitos de UTI (-4%).

Apesar da redução na velocidade de propagação e no nĂșmero de internados, o sistema hospitalar segue sob pressĂŁo fortĂ­ssima, o que se traduz na elevada quantidade de mortes. O aumento no nĂșmero de Ăłbitos na semana foi bastante expressivo, com crescimento de 16% de uma semana para outra – de 1.824 para 2.124. É o maior registro em uma semana desde o começo da pandemia.

Considerando a expansĂŁo de 3% no total de leitos de UTI existentes e a redução de 3% no nĂșmero de internados, houve elevação da razĂŁo de leitos de UTI livres para cada ocupado, voltando a apresentar valor positivo, mas ainda muito crĂ­tico, de apenas 0,02.

A ocupação próxima a 100% indica forte pressão sobre o sistema hospitalar, e isso significa que a operação segue acima da capacidade indicada em algumas regiÔes do Estado. Ou seja, quem precisar de atendimento ainda encontrarå uma rede hospitalar lotada.

Pelas mĂ©dias ponderadas finais de cada regiĂŁo, as 21 regiĂ”es Covid estariam em bandeira vermelha, que indica risco alto para o coronavĂ­rus. No entanto, devido ao acionamento da salvaguarda estadual, implementada na 43ÂȘ rodada, todas as regiĂ”es ficaram em bandeira preta. A ferramenta leva em consideração a razĂŁo de leitos livres de UTI sobre leitos ocupados por Covid em UTI. Quando a razĂŁo estiver menor ou igual a 0,35 a nĂ­vel estadual, a salvaguarda Ă© acionada, e se sobrepĂ”e a todas as outras regras.

As regiĂ”es de Santa Rosa, IjuĂ­ e Cruz Alta registraram a menor mĂ©dia ponderada final da rodada, de 1,98. A regiĂŁo de Cachoeira do Sul teve a mais alta mĂ©dia final, de 2,45, seguida por CapĂŁo da Canoa, cuja mĂ©dia ficou em 2,43. O ajuste no modelo foi considerado necessĂĄrio porque, quando a capacidade hospitalar estĂĄ prĂłxima do limite, alguns dados podem sofrer atrasos de preenchimento devido Ă  sobrecarga das equipes e, alĂ©m disso, os indicadores de “velocidade do avanço” e de “variação da capacidade de atendimento” se tornam prejudicados – uma vez que, mesmo havendo demanda por leitos, podem nĂŁo ser preenchidos devido Ă  lotação das ĂĄreas Covid dos hospitais. Esse aprimoramento visa melhor refletir e evitar o esgotamento de leitos.

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