A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Gravataí divulgou detalhes da prisão do vereador de Cachoeirinha, Juca Soares (PSD), na manhã desta terça-feira (3) durante a Operação Cidade de Deus. Ele é irmão do principal alvo da ofensiva, Tiago Soares da Silva, que também é conhecido como “Tiago Pequeno” ou “Zé Pequeno” líder dos Bala na Cara.
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Os investigadores apuraram que o vereador recebia mesada da quadrilha e teve ajuda para colocar medo em políticos rivais, queimando placas e cartazes de propaganda de adversários. Foi apreendida documentação que mostraria contabilidade de supostas remessas de dinheiro dos criminosos para a campanha política.
Assessores do parlamentar também foram presos. Eles pediam ajuda a Tiago para assustar cabos eleitorais de candidatos rivais. Pequeno promete ajuda. Logo em seguida, uma gravação mostra ele ordenando a expulsão dos rivais de Juca de uma vila em Cachoeirinha. “Esses enrustidos, sem-vergonha… Eles nem sabem o tamanho da caminhada que nós temos e tão indo apoiar outras pessoas. O que tiver pela frente nós vamos atorar no meio. Ficam apoiando o cara da Vila Anair aí… Diz pra eles sumir, esses sem-vergonha!”
Juca também está sendo investigado pelo Ministério Público Eleitoral. A Polícia Civil aponta que ele receberia um percentual da arrecadação feita pela quadrilha em locais de jogatina clandestina. Mas há também indícios de ameaças no período eleitoral.
Em depoimento, um criminoso acusado o parlamentar de clonar carros roubados na época que ele era dono de uma oficina. O vereador tem antecedentes por ameaça e introdução de telefone em penitenciária. A reportagem de Agência GBC tenta contato com a defesa do parlamentar, mas ainda não obteve retorno.
Balanço da Operação
A operação é contra a facção criminosa que responde pelo tráfico de drogas de Cachoeirinha e Gravataí. São mais de 250 policiais na ofensiva que é realizada em Cachoeirinha, Esteio, Gravataí, Guaíba, Portão, Porto Alegre, Pelotas e Tramandaí.
Além disso, os policiais apuraram que a facção também é responsável por mais de 30 homicídios em toda a Região Metropolitana, incluindo Canoas. Eles também são acusados de extorsões a empresários.