UNDERGROUND: Arquivo Punk Rock do Sul completa 3 anos contando grandes histórias

Desbravando a internet e assumindo a responsabilidade de dar mais espaço a bandas independentes que precisavam de mais alcance, o Arquivo Punk Rock do Sul (APRS) nasce em 2018. Idealizado pela psicóloga Lê Sisa, o projeto já contou mais de 100 histórias, realizou entrevistas, análises e reuniu coletâneas ao longo destes três anos completos em julho de 2021.

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Já que o espaço na mídia para o grupo era raro, e precisando se atualizar depois de sete anos afastada do underground, Letícia meteu a mão na massa e começou a criar o próprio cenário. “Eu vi um canal do YouTube chamado MondoPunk e percebi que ali tinha uma fórmula necessária para poder potencializar mais ainda. Como havia saído há pouco da faculdade e voluntário no Mestrado de Bens Culturais e Memórias Sociais da Universidade Lasalle, estava com essa experiência de arquivar e pesquisar. Assim juntei a ideia de YouTube e arquivo para criar o Histórias Contadas, que foi e ainda é nosso carro chefe”, conta Lê.

Wender Zanon, de 31 anos, foi um dos acolhidos pelo arquivo. O músico toca em duas bandas: Conflito e Paquetá. “A Letícia faz esse trabalho que é muito importante para o mapeamento e divulgação de um segmento musical que “sofre” por falta de cobertura e acompanhamentos ou até, no caso, sofre com a falta de uma veículo especializado em cobrir esse nicho. Da mesma forma como existem bandas independentes e um circuito independente também é valioso que exista uma mídia independente, um coletivo”, opina.

O movimento, de contracultura, é voltado para ações contra opressões através de bandas autorais, que atuam na cidade com trabalho próprio. Na opinião de Renato Chama, um dos fundadores do Coletivo de Bandas Independentes Locais (BIL), esse é um ponto extremamente importante. “Tem o posicionamento forte do Arquivo Punk Rock do Sul (APRS) , que é uma coisa que a cultura roqueira sempre teve, e que andava meio perdida. Que é se posicionar contra as coisas que estão erradas. Dar vozes aqueles que têm menos voz”, esclarece.

Para Luiz Paulo, que no meio underground é conhecido como Cisco, da banda Cor do Invisível, o projeto auxilia muito na amplitude do conteúdo. Na cena desde 2016, o baixista tem uma banda de rock alternativo. “Eu vejo muito como se fosse o “jornal” das bandas, daquele grupo da sociedade, que faz e gosta de som. E aí procura se informar sobre tal banda, tal som ou tal pessoa. Acho que a divulgação e reunião desse material influencia na disseminação do som tanto no presente, mas também possibilita deixar vestígios que poderão ser acessados no futuro”, opina.

Ainda segundo ele, para os artistas de Canoas, é uma chance de ir mais além e mostrar trabalho. “A importância do Arquivo Punk Rock do Sul (APRS) para as bandas de Canoas é a possibilidade de conexões. Por que hoje em dia não tem mais lugares abertos para bandas independentes”, garante.

Todo o conteúdo está disponível de forma gratuita no Youtube, no blog e no Spotfy através da conta do Universosindependentes, com apresentação de Lê Silva e edição de Jessy Braga. Na “mesa redonda” do Youtube, que já conta com dez edições, estão Thalis Miguel, Nina Barcellos, Pedro Soler, Luisa Sousa, Renato Judz e Lê Sisa.

Como o movimento é independente, precisa de doações para se manter. Quem quiser ajudar, pode doar pelo pix: [email protected]

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