O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) visitou a 44º edição da Expointer neste sábado (11). Foi o primeiro compromisso público depois de toda a polêmica gerada nas manifestações do dia 7 de setembro. Mesmo que seja obrigatório o uso de máscara dentro do Parque de Exposições Assis Brasil para todo o público, o presidente não utilizou em nenhum momento durante as três horas em que esteve presente.
Bolsonaro se pronunciou na solenidade de entrega da medalha Mérito Farroupilha, da Assembleia Legislativa do RS, que recebeu por indicação do deputado estadual Vilmar Lourenço (PSL). “A vida do presidente não é fácil. Se alguém quiser trocar comigo, troco agora. Mas entendo que é uma missão de Deus pra gente redirecionar esse país. Aos poucos ele vai mudando”, disse em tom de brincadeira, mas demonstrando cansaço.
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Ele voltou a afirmar que os três poderes devem ser respeitados, reforçando o que disse na carta escrita com o apoio do ex-presidente Michel Temer (MDB) e minimizou os discursos em que pediu a renúncia do ministro Alexandre de Moraes. “Nas manifestações de 7 de setembro fui apenas um na multidão. Tive a oportunidade de usar a palavra por duas vezes e senti o calor da nossa população. Senti os reais motivos pelos quais esse povo foi às ruas. Em primeiro lugar, foi para realmente dizer que não aceita retrocessos”, avalia.
Na chegada ao parque, ele foi recebido por uma grande quantidade de apoiadores que gritavam “mito”. Depois, andou por pavilhões e almoçou na Farsul. O governador Eduardo Leite (PSDB) se recusou a receber Bolsonaro para o evento. Quem fez as honras da casa e acompanhou o Chefe do Planalto no evento foi o vice-governador Ranolfo Vieira Júnior.
Um discurso era esperado no estande do Ministério da Agricultura, mas não ocorreu. O presidente se limitou apenas a cumprimentar os apoiadores e fez fotos, mas sem discursos acalorados, como fez em suas outras seis passagens pelo estado. Ele também não falou com a imprensa.
Segundo o deputado federal Bibo Nunes, que esteve com o capitão desde o avião, o presidente estava confortável. “Era visível sua felicidade cumprimentando as pessoas, que gritavam o tempo todo “mito, mito, mito!” Enquanto ele ver uma pessoa vai continuar cumprimentando e batendo fotos.” comenta.
Bolsonaro elogiou o evento e a agricultura brasileira que, na sua visão, sofreu uma revolução durante o mandato do terceiro presidente da ditadura militar Emílio Garrastazu Médici (Arena). Ele também alertou aos ruralistas que o Supremo Tribunal Federal (STF) voltou a discutir o marco temporal.
Se a proposta do ministro Edson Fachin sobre a proposta de demarcação de novas áreas indígenas for aprovada, na visão dele, uma área do tamanho da Região Sudeste seria destinada para os índios. “É o fim do agronegócio. Simplesmente isso, nada mais do que isso”, comentou.