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A Justiça autorizou Suzane Von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão pela morte dos pais, a cursar a faculdade de farmácia em uma universidade em Taubaté (SP). O pedido foi feito pela defesa dela, que atualmente cumpre pena em regime semiaberto, após ela obter nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para conseguir cursar o ensino superior.
De acordo com a decisão liminar assinada pelo desembargador relator José Damião Pinheiro Machado Cogan, a autorização é válida para início imediato, já que as aulas do segundo semestre já iniciaram – o pedido foi protocolado em 12 de agosto e as aulas começaram no dia 16. O curso dela é no período noturno.
Na análise, o pedido para cursar a faculdade teve parecer contrário do Ministério Público, que alegou que não há como garantir a segurança da detenta. No entanto, segundo a Justiça, ela preenche todos os requisitos para que tivesse os estudos autorizados.
Histórico
Suzane, que cumpre pena no regime semiaberto na P1 de Tremembé (SP), está entre os 263 presos de presídios do Vale do Paraíba que foram aprovados no Enem com a nota mínima para concorrer às vagas diretamente nas faculdades ou por programas de incentivo estudantil do governo federal.
A presa obteve a progressão do regime fechado para o semiaberto em outubro de 2015 e desde então tem benefício a saídas temporárias. Ela também pode deixar a unidade para trabalhar ou estudar, mas depende de autorização da Justiça.
Tentativas frustradas
Nos últimos anos, Suzane vem tentando iniciar uma faculdade, mas sem sucesso. Em 2020, ela conseguiu uma vaga pelo Sisu no curso de Gestão de Turismo, no Instituto Federal de Campos do Jordão (SP). Ela se matriculou, mas não chegou a cursar as aulas por não ter sido autorizada pela Justiça para deixar o presídio.
Em 2017, a presa foi aprovada para o curso de administração em uma instituição católica em Taubaté. Para custear a mensalidade, ela pleiteou o financiamento pelo Fies e foi contemplada. Apesar disso, não concluiu a matrícula.
Já em 2016, a presa recebeu autorização para cursar uma outra graduação. À época, ela tentava frequentar as aulas do curso de administração em uma universidade particular. Com medo do assédio fora da prisão, ela pediu à Justiça para fazer o curso online, mas por falta de recursos tecnológicos e aparato no presídio, teve o pedido foi negado.