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Morador de Canoas desde que se recuperou da tragédia em Santa Maria, Emanuel de Almeida Pastl de 27 anos, prestou depoimento nesta quinta-feira (2) no Foro Central de Porto Alegre. Junto com o irmão gêmeo, ele estava pela primeira vez na Boate Kiss, comemorando o aniversário.
De acordo com o jovem, onde ele e o grupo de amigos estavam, não visualizavam o palco nem da pista. Quando viram a fumaça subindo, eles começaram a correr. A fumaça e a temperatura aumentaram bastante rapidamente. “Um estado insuportável. As pessoas entraram em pânico”, afirmou. Na correria, ele e o irmão se perderam, seguindo por lados diferentes, mas os dois conseguiram deixar a boate. Como sequela, Emanuel ficou com bronquiolite.
Quando saiu, ele disse que não viu movimentação significativa na frente da boate, inclusive de bombeiros. Chegou a pedir ajuda para pessoas que passavam, mas não foi atendido. Só quando uma viatura da Brigada Militar se aproximou que Emanuel foi levado ao Hospital de Caridade. Logo em seguida começaram a chegar muitas vítimas. Uma das amigas que estavam com ele na festa acabou falecendo.
Emanuel foi transferido para o Hospital da Ulbra, em Canoas, por 10 dias. Ele contou à Promotora de Justiça que acabou conhecendo a sua esposa no hospital, uma vez que ela era quem fazia os seus curativos.
Ao lembrar do ocorrido, Emanuel disse que, quando o incêndio começou, não soou alarme e também não havia luzes indicativas para a rota de saída de emergência. Antes disso, ele falou que a boate estava cheia, inclusive, amigos deles até foram embora da festa, reclamando da lotação, que estava “desconfortável”. Eles chegaram a ir para a pista assistir o show, mas acabaram saindo de lá pela quantidade de pessoas. Emanuel disse que não chegou a ver artefatos pirotécnicos e não sabe se faziam uso desse recurso nas festas.