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José Rodolfo Carrinho Viana, mais conhecido como Mestre Dindo, embarca na tarde desta quarta-feira (1°) para receber o Berimbau de Ouro em Salvador. O prêmio vem para coroar um trabalho social marcado pela persistência e resistência.
Dindo começou a trajetória na capoeira na década de 80 em Canoas. Os primeiros passos foram com o Mestre Macaô em 1981. Porém, em 83, o primeiro professor retornou para a sua terra natal e desde então o premiado está sob os ensinamentos do “Mestre Nô”. Em 1986, ele começou a dar aulas de capoeira para a comunidade dos bairros Estância Velha e Guajuviras.
Trabalho social há mais de 35 anos
Desde a invasão do Guajuviras, José abriu a sua escola de capoeira no bairro e nunca mais parou de ensinar. Atualmente, ele soma mais de 500 alunos nas cidades de Canoas, Araricá, Esteio, Garibaldi, Porto Alegre, Novo Hamburgo, Sapucaia do Sul e em cidades de Santa Catarina.
Além disso, a capoeira do Mestre Dindo rompeu fronteiras. Ele ministrou aulas na Inglaterra, Itália, Uruguai e até na Rússia.
Para manter o trabalho social, José trabalha como vigilante porque quase não recebe ajuda de órgãos públicos. Fora do expediente ele se dedica a dar aulas em comunidades carentes. “Já perdi as contas de quantas crianças tirei de situação de vulnerabilidade social”, afirma.
Influência nas ruas
Mestre Dindo é um dos realizadores de rodas de capoeira nas ruas de Canoas. Na rotina dele, estão várias. São elas: roda do Calçadão de Canoas que ele realiza há mais de 27 anos; roda da Avenida 17 de Abril no Guajuviras; roda da passarela da Estação Mathias Velho do Trensurb, e a roda da Prainha do Paquetá no dia 2 de fevereiro.
Porém, tem uma roda que é especial: a do mês da consciência negra que dura 10 horas e marca também o aniversário do mestre.
Tradição
Lembra do “Mestre Nô” do início da reportagem? O Mestre Dindo é o aluno mais velho em atividade no Grupo de Capoeira Angola Palmares. Ele coordena um grupo que tem, atualmente, sete mestres de 1ª grau formados recentemente, três contramestres e 10 professores.
Todas as formações do grupo são frutos de um árduo trabalho social de resistência e persistência. Nas comunidades, ele leva o seguinte lema: “Capoeira sem preconceito, Capoeira na Roda e Capoeira na Vida.”
Berimbau de Ouro
O prêmio é dado para quem se destaca em projetos sociais e ações que elevam a arte da capoeira como esporte e cultura afro. O evento acontece entre os dias 2 e 5 de março em Salvador, na Bahia. A cidade é conhecida como a capital mundial da capoeira.