Menopausa e climatério continuam sendo tabus para mulheres

Durante a menopausa, a produção de hormĂŽnios sexuais femininos, como o estrogĂȘnio e a progesterona, diminui significativamente. Essa diminuição hormonal pode levar a vĂĄrias mudanças fĂ­sicas e hormonais que afetam a libido e a satisfação sexual das mulheres. Em geral, a menopausa ocorre entre 40 e 55 anos, marcando o fim da fase reprodutiva feminina. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e EstatĂ­stica), estima-se que o Brasil tenha 29 milhĂ”es de mulheres entre climatĂ©rio e menopausa, totalizando 7,9% da população feminina brasileira. 

Dados da Sociedade Norte-Americana de Menopausa, apontam que, em 2025, mais de 1 bilhão de mulheres vivenciarão o climatério no mundo, o que equivale a 12% da população mundial. De acordo com uma pesquisa realizada pela empresa americana Biote, 40% das mulheres entrevistadas dizem que os sintomas da menopausa interferem na performance e produtividade, além disso, uma em cada cinco deixaram ou consideraram deixar seus empregos por esse motivo.

Segundo o ginecologista Dr. Rafael Lazarotto, embora seja uma fase natural na vida das mulheres, muitas vezes nĂŁo Ă© abordada adequadamente em termos de educação e conscientização. “Existem algumas razĂ”es pelas quais as mulheres podem se sentir despreparadas para essa etapa: Tabus culturais e sociais, falta de educação e conhecimento, foco na juventude e na fertilidade, estigma associado Ă  menopausa e acesso limitado a recursos”, salienta.

Lazarotto acredita que para melhorar a comunicação e a educação sobre a menopausa, é importante romper esses tabus e estigmas, promover campanhas de conscientização e tornar disponíveis materiais educativos e de apoio para as mulheres em todas as fases da vida.

“Ao discutir o impacto da menopausa na vida sexual das mulheres, pode-se aumentar a conscientização sobre as mudanças que ocorrem durante essa fase e fornecer informaçÔes sobre como lidar com as alteraçÔes fĂ­sicas e emocionais”, ressalta o ginecologista. Para o especialista, isso permite que as mulheres enfrentem a menopausa de maneira mais participativa e saudĂĄvel, mantendo a qualidade de vida e a intimidade emocional em seus relacionamentos.

 O climatĂ©rio e a reposição hormonal  

De acordo com o mĂ©dico, as mudanças hormonais ocorrem durante diferentes fases da vida, tanto em homens quanto em mulheres, e podem ter vĂĄrias consequĂȘncias. Nas mulheres, em especĂ­fico, estĂŁo relacionadas ao ciclo menstrual, gravidez e menopausa. “Durante o ciclo menstrual, os nĂ­veis de hormĂŽnios como estrogĂȘnio e progesterona oscilam para regular a ovulação e a menstruação. No entanto, com a idade, especialmente quando as mulheres se aproximam da menopausa, os nĂ­veis desses hormĂŽnios diminuem gradualmente”, disse.

O ginecologista ressalta que o climatério causa vårias mudanças no corpo e pode levar a sintomas como ondas de calor, alteraçÔes de humor, insÎnia, secura vaginal e outras complicaçÔes a longo prazo, como perda de densidade óssea (osteoporose). Em relação ao tratamento para amenizar os sintomas, uma opção é recorrer a reposição hormonal, segundo Lazarotto.

“A reposição hormonal Ă© um tratamento que visa equilibrar os nĂ­veis de hormĂŽnios no corpo e reduzir os sintomas e as complicaçÔes associadas Ă s mudanças hormonais”, esclareceu, ainda destacando que a terapia de reposição hormonal (TRH) pode ser feita de vĂĄrias formas, incluindo terapia com estrogĂȘnio, com progesterona, com testosterona ou combinada. A reposição pode ser feita atravĂ©s de via oral, transdĂ©rmica (gel), patches (adesivo) ou subcutĂąnea atravĂ©s de implantes hormonais.

Para Lazarotto, Ă© fundamental lembrar que a terapia de reposição hormonal deve ser prescrita por um mĂ©dico apĂłs avaliação individual. JĂĄ os benefĂ­cios e riscos dessa terapia podem variar dependendo da saĂșde, histĂłrico clĂ­nico e preferĂȘncias da paciente. 

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Instagram: @rafalazarotto

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