Sustentabilidade ganha força nos canteiros de obra do Brasil

A diminuição e/ou redução de emissĂŁo de resĂ­duos, bem como a economia de ĂĄgua e recursos energĂ©ticos, trouxeram ao planeta uma nova realidade. Isso jĂĄ Ă© observado nos lares brasileiros e precisa tambĂ©m chegar Ă s diferentes cadeias da indĂșstria. A construção civil, por exemplo, procura reduzir o desperdĂ­cio de materiais e uma menor produção de rejeitos a serem descartados. Essa prĂĄtica traz, nĂŁo sĂł benefĂ­cios ao planeta, como tambĂ©m atrai os olhares criteriosos dos compradores para aqueles que prezam pelo futuro da humanidade.

Estudos da AgĂȘncia Nacional de Águas (ANA) mostram que o consumo de ĂĄgua no Brasil, por exemplo, deve aumentar em 30% atĂ© o ano de 2030. Isso sĂł mostra a urgĂȘncia em adotar medidas de mitigação (redução de danos) que preservem os recursos naturais finitos dos quais dispomos, reduzindo os danos ambientais.

O gestor de projetos sustentĂĄveis Juliander Alves Ferreira trabalhou na implementação de inĂșmeras soluçÔes “verdes” em obras durante a carreira, e elencou 10 soluçÔes inteligentes que o ramo da construção civil pode aplicar para reduzir os impactos da atividade humana relacionada Ă  cadeia da construção civil, diminuindo a poluição e evitando o mau uso dos recursos naturais disponĂ­veis no planeta:

– GestĂŁo e destinação correta dos resĂ­duos produzidos;

– Utilizar fontes de energia renovĂĄveis e incentivar a implementação de novos projetos para a sua geração;

– Planejar o uso de materiais evitando desperdĂ­cios, danos oriundos de mal armazenamento, ou retrabalhos;

– Evitar compras desnecessĂĄrias que podem resultar em desperdĂ­cios;

– Preservar e cuidar do solo evitando contaminaçÔes e acidentes com materiais poluentes;

– Instalar isolantes termoacĂșsticos e entradas de luz natural nas obras evitando demasiado uso de energia no controle tĂ©rmico e luminoso;

– Reutilizar a ĂĄgua e outros recursos naturais sempre que possĂ­vel;

– Optar pela Economia Circular em vez da Linear sempre reutilizando materiais e aplicando com responsabilidade os recursos;

– Criar um espaço fixo para carga e descarga e armazenamento adequado dos materiais;

– Usar mĂŁo de obra qualificada evitando retrabalhos e desperdĂ­cios de materiais.

“A construção civil precisa se alinhar Ă s expectativas do mercado e a realidade ambiental esperada de uma grande cadeia industrial. Do ponto de vista ambiental, precisamos focar nosso trabalho em reduzir o impacto causado ao meio ambiente, olhando sempre o melhor custo-benefĂ­cio financeiro sem perder de vista o viĂ©s ambiental das nossas atividades. Isso vai ao encontro dos 17 Objetivos de Desenvolvimento SustentĂĄvel das OrganizaçÔes das NaçÔes Unidas”, explica Ferreira.

A sociedade, nĂŁo apenas em pequenos nichos, estĂĄ cada vez mais engajada com causas sustentĂĄveis e se responsabilizando mais pelos danos ambientais causados pela atividade humana, seja em suas casas, no trabalho, ou em ambientes coletivos. A construção civil, se inseriu nesse movimento e se adequou a prĂĄticas que sĂŁo, hoje, mais que necessĂĄrias. De acordo com a pesquisa “Retratos da Sociedade: HĂĄbitos SustentĂĄveis e Consumo Consciente’, da Confederação Nacional da IndĂșstria (CNI), 74% dos entrevistados se dizem consumidores ambientalmente conscientes.

Segundo o Sistema de Estimativas de EmissÔes de Gases do Efeito Estufa (SEEG), o Brasil emitiu 2,42 bilhÔes de toneladas brutas de CO2, unidade de medida que engloba todos os gases do efeito estufa, somente em 2021. Isso representa um aumento de mais de 12% em relação ao registrado em 2020.

Para Ferreira, a economia feita nos canteiros de obras hoje tambĂ©m serĂĄ multiplicada no futuro, uma vez que as empresas precisarĂŁo gastar menos em projetos de despoluição (compensação) ou no pagamento de multas, quando nĂŁo for viĂĄvel a redução de danos. “Uma gestĂŁo consciente no presente garantirĂĄ Ă  construtora economia na compra de matĂ©ria prima, redução no uso de fontes de energia mais poluentes e nĂŁo renovĂĄveis e, claro, um ganho para o meio ambiente e para a preservação da vida no planeta”, conclui.

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