Jovem acusado de torturar adolescentes pela internet Ă© preso em Canoas; Ele vai responder por abuso sexual

Os crimes aconteciam através de uma plataforma na internet

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Uma ação da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos da Polícia Federal (PF) no Rio Grande do Sul resgatou 10 adolescentes que seriam vítimas de estupros virtuais de um grupo criminoso em cinco Estados do Brasil. Um integrante desse grupo foi preso em Canoas (leia mais abaixo).

A investigação da PF começou apĂłs o Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas – organização privada sem fins lucrativos com sede nos Estados Unidos – emitir alerta sobre abusos praticados contra uma adolescente de 16 anos em uma cidade do Litoral Norte do Rio Grande do Sul.

Como o crime era praticado

De acordo com a PF, as vĂ­timas eram atraĂ­das da seguinte forma: os criminosos abordavam as vĂ­timas com falsas promessas de amizade ou relacionamento. Em seguida, ao longo da conversa, elas eram induzidas a encaminhar fotos Ă­ntimas.

ApĂłs as imagens serem enviadas, os homens ameaçam as menores. Elas eram obrigadas a praticar atos de autoflagelação, humilhação, exposição sexual, violĂȘncia contra animais e atĂ© veneração aos seus agressores. Caso elas nĂŁo obedecessem Ă s ordens, eles ameaçam que iriam expor as imagens Ă­ntimas nas redes sociais.

Os crimes foram cometidos em fĂłruns criados dentro da plataforma de relacionamento Discord.

PrisĂŁo em Canoas

Um dos integrantes do grupo foi preso em Canoas, na casa onde ele morava com a mĂŁe. O jovem de 20 anos Ă© apontado como o responsĂĄvel por apagar os ‘rastros’ dos crimes na internet.

Em entrevista a GZH, o delegado federal JoĂŁo Luiz Correa da Rocha contou que a investigação descobriu que o preso, “se tratava estudante do Ensino MĂ©dio, autodidata em informĂĄtica, que havia programado um robĂŽ capaz de apagar os registros de diĂĄlogos e imagens resultantes das sessĂ”es de tortura e abusos.”

A PolĂ­cia Federal nĂŁo divulgou o nome do preso. PorĂ©m, Easy – como se identifica na plataforma -, deverĂĄ ser indiciado por tortura, abuso sexual, lesĂŁo corporal e divulgação de pornografia infanto-juvenil. PorĂ©m, a lista de crimes pode aumentar, jĂĄ que os equipamentos de informĂĄtica apreendidos como eles deverĂŁo passar por perĂ­cia.

Chegada ao lĂ­der do grupo

Ainda em entrevista a GZH, Rocha pontuou que a prisĂŁo em Canoas era essencial para encontrar o lĂ­der do grupo. “Para chegarmos ao nĂșmero um do grupo, era necessĂĄrio prender este indivĂ­duo.”

Dexter, como era conhecido na plataforma, foi preso na cidade de Passos, no interior de MInas Gerais. Ele foi encontrado na residĂȘncia em que morava. No local, tinha apenas roupas, um colchĂŁo no chĂŁo e os aparelhos de informĂĄtica que ele usava.

O jovem de 20 anos contou aos policiais que era estudante de psicologia. Sem emprego, ele vivia afastado de familiares.

Nota da plataforma

“AtravĂ©s da assessoria de imprensa, a Discord elencou dados de colaboração entre a plataforma com as autoridades para evitar novos crimes.
“Embora nĂŁo possamos comentar sobre nenhuma investigação especĂ­fica, atĂ© o momento, tomamos as seguintes medidas em relação a violaçÔes originadas no Brasil em nossa plataforma:
Nossa equipe forneceu informaçÔes cruciais que levaram à prisão de mais de 300 indivíduos vinculados a ataques planejados a escolas, impedindo que os ataques ocorressem.
Por meio de nossa atuação proativa no combate Ă s ameaças Ă  segurança infantil, 95% das açÔes contra os usuĂĄrios foram tomadas antes de receber uma denĂșncia — isso estĂĄ em linha com nosso compromisso de manter a plataforma mais segura no Brasil.
Isso inclui a remoção proativa de quase 98% dos servidores que hospedam CSAM (child safety abuse material) no Brasil nos Ășltimos seis meses. Nos Ășltimos seis meses, removemos proativamente mais de 12 mil usuĂĄrios que traziam material nocivo para as comunidades brasileiras.
Enquanto continuamos a investir pesadamente em equipe especializada e tecnologia para detectar proativamente comportamentos nocivos, tambĂ©m contamos com moderadores e usuĂĄrios do Discord para receber denĂșncias, que analisamos e investigamos de forma escalonada”

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