No último sábado (15), São Luiz Gonzaga, na Região das Missões, no Rio Grande do Sul, foi atingida por uma “microexplosão”, conforme confirmado pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul neste domingo (16).
Este fenômeno meteorológico, caracterizado pelo despejo repentino de uma grande quantidade de chuva devido à instabilidade atmosférica, afetou severamente a cidade de 34,7 mil habitantes. Estima-se que aproximadamente 15 mil pessoas foram impactadas pelos estragos, enquanto 1,2 mil imóveis apresentaram danos significativos.

De acordo com a Climatempo, eventos como esse são comuns em regiões onde nuvens do tipo cumulonimbus provocam condições climáticas extremas, incluindo chuvas torrenciais, granizo, descargas elétricas e ventos intensos. A “microexplosão”, ou downburst, é um desses fenômenos que pode ocorrer quando a nuvem não consegue suportar a quantidade de água acumulada e a libera abruptamente sobre uma área limitada.
O prefeito Sidney Brondani informou à RBS TV que além das residências, houve danos significativos em infraestruturas públicas, incluindo quatro escolas, dois postos de saúde, a sede da Secretaria da Saúde e um museu. A situação é tão grave que o município considera decretar estado de emergência para mobilizar recursos e auxiliar os afetados pelos estragos nos telhados e outros danos estruturais.
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Durante o temporal, uma pessoa ficou ferida enquanto tentava proteger sua casa com uma lona. Árvores foram derrubadas, causando obstrução de vias, e um carro foi atingido por um poste caído. Apesar dos esforços da prefeitura para desobstruir as ruas, vários pontos da cidade ainda estão sem energia elétrica.
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o volume de chuva registrado durante o evento foi de 14,8 milímetros, com um acumulado nas últimas horas alcançando 33,6 milímetros. A temperatura se manteve em torno de 19°C durante o período afetado pelo temporal.
Entenda a microexplosão
Uma microexplosão é um fenômeno meteorológico caracterizado pela ocorrência repentina de ventos intensos e chuvas torrenciais em uma área localizada. Esse evento ocorre quando uma nuvem do tipo cumulonimbus acumula uma grande quantidade de água e energia, formando uma espécie de “bolsão de ar” extremamente instável. Quando essa nuvem não consegue mais sustentar a pressão interna devido ao peso da água acumulada, ela se rompe abruptamente, liberando uma quantidade significativa de chuva e ventos descendentes.
Esses ventos descendentes podem atingir o solo com velocidades muito altas, podendo ultrapassar os 100 km/h em casos extremos. A microexplosão pode ser comparada a uma explosão atmosférica de curta duração e alta intensidade, causando danos severos em estruturas, derrubando árvores e postes, e gerando riscos para quem estiver próximo ao local afetado.
As microexplosões são geralmente associadas a condições atmosféricas específicas, como a presença de cumulonimbus muito desenvolvidos, frequentemente observados durante tempestades severas. Esse fenômeno é uma forma de downburst, que também pode ocorrer em uma escala maior, conhecida como macroexplosão, afetando áreas mais extensas e provocando impactos meteorológicos significativos em sua trajetória.