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Canoas
17 de outubro de 2024

Pesquisa encontra cocaína em tubarões no litoral brasileiro; Entenda

Pesquisa encontra cocaína em tubarões no litoral brasileiro em um estudo recente publicado na revista Science of the Total Environment na última semana. Tubarões-bico-fino (Rhizoprionodon lalandii), capturados ao longo da costa do Rio de Janeiro, estão sendo afetados pela presença de cocaína.

Pesquisa encontra cocaína em tubarões no litoral brasileiro: primeiro registro

Assim, dos tubarões analisados, 92% apresentavam vestígios da substância ilícita em seus músculos, enquanto 23% a tinham acumulada no fígado. Este é o primeiro registro de cocaína em tubarões selvagens, indicando uma possível contaminação generalizada na vida marinha da região.

Os pesquisadores propõem várias hipóteses para explicar como a cocaína chegou aos tubarões. Uma delas envolve o aumento do consumo da droga no Brasil e a inadequação dos sistemas de tratamento de esgoto, onde parte das drogas descartadas acaba indo parar nos corpos d’água.

Hipóteses

Além disso, a cocaína pode estar chegando ao ambiente marinho através de descartes de laboratórios ilegais de produção de drogas ou até mesmo através das fezes de usuários que utilizam áreas costeiras.

Dessa forma, a poluição resultante dessas práticas afeta gravemente a vida marinha, especialmente espécies como o tubarão-bico-fino, que vive em proximidade com zonas urbanas e está sujeito à poluição humana.

A alta incidência de cocaína detectada nos tubarões sugere que outras espécies marinhas também podem estar contaminadas, embora os efeitos variem entre elas.

Descoberta potencialmente preocupante

Sara Novais, ecotoxicologista marinha da Universidade Politécnica de Leiria, em Portugal, destacou a importância dessa descoberta, classificando-a como “potencialmente preocupante” para o ecossistema marinho.

Todos os tubarões fêmeas estudados estavam grávidas, levantando questões sobre os potenciais impactos da exposição à cocaína nos fetos. Ainda não se sabe ao certo quais são esses efeitos.

Ademais, são necessárias mais pesquisas para determinar se a droga está afetando o comportamento desses tubarões, o que pode ter implicações significativas para a ecologia local e a conservação marinha.

Estudos anteriores indicam que substâncias psicoativas podem ter efeitos semelhantes em animais marinhos e humanos, sublinhando a urgência de mais investigações sobre esse tema delicado e emergente.

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