Corredor de fumaça vem da Amazônia e atinge o RS nesta sexta-feira (16). Há relatos de que a fumaça é notada inclusive em diversos bairros de Canoas.
Dessa forma, um extenso corredor de fumaça, resultado das queimadas intensas no Brasil e em países vizinhos, aparece claramente em imagens de satélite. Assim, esse corredor se estende por milhares de quilômetros, desde a região amazônica até o Rio Grande do Sul, atravessando a Bolívia, Paraguai e Nordeste da Argentina.
Corredor de fumaça vem da Amazônia e atinge o RS: entenda o caso
A origem principal da fumaça, conforme a MetSul, é o Sul do estado do Amazonas e a Bolívia, locais que enfrentam um número elevado de queimadas neste mês. A fumaça já cobre cidades como Manaus e Porto Velho. Além disso, um corredor de vento quente e seco, situado a cerca de 1.500 metros de altitude, transporta a fumaça do Sul da Amazônia até o território gaúcho. Abaixo, você confere uma foto feita por um satélite:
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Como ocorre
Esse fenômeno ocorre devido a uma corrente de jato que leva a fumaça para o Sul e também aumenta as temperaturas. Na quinta-feira, a temperatura em Campo Bom, na Grande Porto Alegre, alcançou 28ºC. Normalmente, nesta época do ano, os corredores de fumaça atingem o Sul do Brasil quando as correntes de vento vêm do Norte. Em alguns casos, a fumaça pode descer até Buenos Aires e, ocasionalmente, alcançar o Norte da Patagônia.
Diferentemente da Amazônia, onde a fumaça afeta mais a qualidade do ar perto da superfície, no Sul do Brasil, ela permanece suspensa na atmosfera. Isso resulta em um céu com tom acinzentado e um sol com cores mais intensas ao amanhecer e ao entardecer. Em casos excepcionais, a fumaça pode descer a altitudes menores e prejudicar a qualidade do ar de forma mais significativa.
Modelo previsional indica mais fumaça
O modelo de dispersão de aerossóis da União Europeia prevê um aumento na quantidade de fumaça no Rio Grande do Sul durante este fim de semana e início da próxima semana. Esse aumento ocorrerá devido à intensificação da corrente de jato que transporta a fumaça do Norte para o Sul. Além disso, a chegada de ar mais quente ao Rio Grande do Sul elevará as temperaturas na Metade Norte do estado.
Aumento das queimadas na Amazônia
Dados recentes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que, nos primeiros 14 dias de agosto, foram identificados 14.388 focos de calor na Amazônia brasileira. Esse número representa mais da metade da média histórica mensal de 26.218 focos. Somente nesta semana, os satélites do Inpe detectaram um aumento significativo dos focos de calor: 788 no domingo, 1.199 na segunda-feira, 1.368 na terça-feira e 1.476 na quarta-feira. No estado do Amazonas, os focos de calor chegaram a 4.548 nos primeiros 14 dias de agosto, ultrapassando a média histórica do mês inteiro.
Além disso, as queimadas também aumentaram consideravelmente em Rondônia nos últimos dias, evidenciando a gravidade da situação.