Uma enchente devastadora em Valência, no leste da Espanha, resultou na morte de 72 pessoas, conforme anunciado pelas autoridades locais nesta quarta-feira (30). As águas, extremamente fortes, arrastaram carros, transformaram ruas em rios e interromperam tanto rodovias quanto linhas ferroviárias.
Esse fenômeno climático, considerado o pior em décadas na Espanha, foi causado por chuvas intensas que atingiram a região na terça-feira (29), devido a uma frente fria. A cidade de Valência, terceira maior do país, sofreu danos severos, especialmente ao sul. Vários municípios próximos também foram fortemente impactados.
A quantia de água registrada foi equivalente a um ano de chuvas na região. Veja vídeo abaixo.
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Vídeos compartilhados nas redes sociais mostraram o desespero dos moradores, com pessoas presas pelas águas e outras subindo em árvores para se proteger da correnteza. O cenário de destruição se estendeu além de Valência, e um trem de alta velocidade descarrilou próximo a Málaga, com quase 300 passageiros a bordo, sem relatos de feridos. A circulação ferroviária entre Valência e Madri e outras rotas na região foram temporariamente suspensas.
Em áreas como Turís e Utiel, a chuva acumulada já supera o esperado para o ano inteiro, enquanto em Paiporta, cidade vizinha de Valência, a prefeita alertou que há “dezenas” de possíveis vítimas e descreveu o município como “incomunicável”.
Enchente na Espanha deixa 72 pessoas mortas: temperatura do Mediterrâneo e mudanças Climáticas
Meteorologistas locais relacionam a intensidade da tempestade ao aumento das temperaturas do mar Mediterrâneo, que banha a costa de Valência. A agência meteorológica espanhola (Aemet) emitiu um alerta vermelho na região e previu que as tempestades continuarão até quinta-feira (31).
Historicamente, Valência enfrentou uma enchente catastrófica nos anos 1950, quando o transbordamento do rio Túria provocou a morte de mais de 80 pessoas e destruiu partes da cidade. Esse episódio levou ao desvio do curso do rio e à criação do Parque do Jardim do Túria, que corta a cidade.
Luto e Alerta Máximo
A gravidade da situação levou o governo a declarar três dias de luto oficial pelas vítimas. O presidente regional, Carlos Mazón, alertou que algumas áreas permanecem isoladas e os moradores estão aconselhados a ficar em casa. O primeiro-ministro Pedro Sánchez reforçou esse pedido, desaconselhando viagens para as áreas mais atingidas.
Na Catalunha, região ao norte da Espanha, o serviço meteorológico regional também emitiu um alerta vermelho para áreas próximas a Barcelona, com avisos sobre ventos fortes e granizo iminente.
Segundo Mazón, em algumas áreas “o acesso é absolutamente impossível” devido à intensidade das enchentes, embora as equipes de emergência estejam em ação constante.
Solidariedade internacional e ações climáticas
Enquanto isso, no Brasil, o presidente Lula expressou sua solidariedade ao povo espanhol e reforçou a necessidade de união global contra as mudanças climáticas. “As imagens das chuvas na Espanha causam espanto e nos unem em solidariedade aos espanhóis”, publicou Lula no X. Ele também destacou a urgência de ações climáticas para evitar que desastres como esse se intensifiquem.
Com as mudanças climáticas, a Espanha já enfrenta eventos extremos com mais frequência, como a recente seca severa que afetou o país no início do ano. Especialistas acreditam que esses fenômenos estão cada vez mais interligados ao aquecimento global, ressaltando a importância de uma resposta global coordenada para enfrentar a crise climática.