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16 de novembro de 2024

Chuva torrencial de um ano em oito horas deixa mais de 70 mortos na Espanha

A enchente na Espanha que matou 72 pessoas foi a pior do país em décadas. As águas, extremamente fortes, também arrastaram carros

Uma enchente devastadora em Valência, no leste da Espanha, resultou na morte de 72 pessoas, conforme anunciado pelas autoridades locais nesta quarta-feira (30). As águas, extremamente fortes, arrastaram carros, transformaram ruas em rios e interromperam tanto rodovias quanto linhas ferroviárias.

Esse fenômeno climático, considerado o pior em décadas na Espanha, foi causado por chuvas intensas que atingiram a região na terça-feira (29), devido a uma frente fria. A cidade de Valência, terceira maior do país, sofreu danos severos, especialmente ao sul. Vários municípios próximos também foram fortemente impactados.

A quantia de água registrada foi equivalente a um ano de chuvas na região. Veja vídeo abaixo.

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Vídeos compartilhados nas redes sociais mostraram o desespero dos moradores, com pessoas presas pelas águas e outras subindo em árvores para se proteger da correnteza. O cenário de destruição se estendeu além de Valência, e um trem de alta velocidade descarrilou próximo a Málaga, com quase 300 passageiros a bordo, sem relatos de feridos. A circulação ferroviária entre Valência e Madri e outras rotas na região foram temporariamente suspensas.

Em áreas como Turís e Utiel, a chuva acumulada já supera o esperado para o ano inteiro, enquanto em Paiporta, cidade vizinha de Valência, a prefeita alertou que há “dezenas” de possíveis vítimas e descreveu o município como “incomunicável”.

Enchente na Espanha deixa 72 pessoas mortas: temperatura do Mediterrâneo e mudanças Climáticas

Meteorologistas locais relacionam a intensidade da tempestade ao aumento das temperaturas do mar Mediterrâneo, que banha a costa de Valência. A agência meteorológica espanhola (Aemet) emitiu um alerta vermelho na região e previu que as tempestades continuarão até quinta-feira (31).

Historicamente, Valência enfrentou uma enchente catastrófica nos anos 1950, quando o transbordamento do rio Túria provocou a morte de mais de 80 pessoas e destruiu partes da cidade. Esse episódio levou ao desvio do curso do rio e à criação do Parque do Jardim do Túria, que corta a cidade.

Luto e Alerta Máximo

A gravidade da situação levou o governo a declarar três dias de luto oficial pelas vítimas. O presidente regional, Carlos Mazón, alertou que algumas áreas permanecem isoladas e os moradores estão aconselhados a ficar em casa. O primeiro-ministro Pedro Sánchez reforçou esse pedido, desaconselhando viagens para as áreas mais atingidas.

Na Catalunha, região ao norte da Espanha, o serviço meteorológico regional também emitiu um alerta vermelho para áreas próximas a Barcelona, com avisos sobre ventos fortes e granizo iminente.

Segundo Mazón, em algumas áreas “o acesso é absolutamente impossível” devido à intensidade das enchentes, embora as equipes de emergência estejam em ação constante.

Solidariedade internacional e ações climáticas

Enquanto isso, no Brasil, o presidente Lula expressou sua solidariedade ao povo espanhol e reforçou a necessidade de união global contra as mudanças climáticas. “As imagens das chuvas na Espanha causam espanto e nos unem em solidariedade aos espanhóis”, publicou Lula no X. Ele também destacou a urgência de ações climáticas para evitar que desastres como esse se intensifiquem.

Com as mudanças climáticas, a Espanha já enfrenta eventos extremos com mais frequência, como a recente seca severa que afetou o país no início do ano. Especialistas acreditam que esses fenômenos estão cada vez mais interligados ao aquecimento global, ressaltando a importância de uma resposta global coordenada para enfrentar a crise climática.

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