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04 de dezembro de 2024

Delator do PCC morto com 27 tiros tinha “cabeça a prêmio” no valor de R$ 3 milhões

Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, apontado como delator do PCC, foi morto em um aeroporto; Veja mais detalhes na reportagem completa a seguir

Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, morto com 27 tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na última sexta-feira (8), era delator de uma das maiores investigações sobre lavagem de dinheiro ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior facção criminosa do Brasil. A execução foi cercada de tensão: segundo rumores entre criminosos, havia uma recompensa de R$ 3 milhões pela sua morte.

Além de Gritzbach, dois motoristas de aplicativo e uma passageira também foram baleados. Até a noite de sexta, a polícia relatou que o quadro de saúde das vítimas era estável. Gritzbach, que atuava como corretor de imóveis e negociava criptomoedas, iniciou seu envolvimento com o PCC ao aplicar dinheiro para membros da facção. Mais tarde, ele se tornou um ponto central em uma guerra interna da facção ao ser acusado de planejar o assassinato de Anselmo Santa Fausta, o Cara Preta, um dos líderes do PCC, e de seu segurança, Antônio Corona Neto, o Sem Sangue.

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Portando tornozeleira eletrônica, Gritzbach, que vivia em uma mansão, revelou em entrevista à TV Record há seis meses que escapara de duas tentativas de assassinato. Ele declarou: “O plano deles deu errado a partir do momento em que eu não morri.” Na entrevista, ele também negou participação nas mortes de Cara Preta e Sem Sangue, embora a polícia o acusasse de ter desviado R$ 100 milhões em criptomoedas de Cara Preta, o que teria desencadeado o conflito.

Na sexta, a polícia localizou o veículo usado no crime, encontrando no interior colete à prova de balas e munições de fuzil. O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) assumiu a investigação do caso. Gritzbach havia acabado de retornar de uma viagem a Goiás com a namorada, e no momento do crime, quatro seguranças contratados para sua proteção, supostamente PMs de confiança, estavam a caminho do aeroporto, mas enfrentaram um contratempo no veículo e chegaram atrasados.

Ex-corretor da Porte Engenharia e Urbanismo, uma das maiores construtoras de São Paulo, Gritzbach assinou um acordo de delação premiada homologado pela Justiça em abril. A investigação já durava dois anos e incluía depoimentos que revelavam o envolvimento do PCC em homicídios de líderes da facção, como os traficantes Cara Preta e Django, além de mencionar corrupção policial e suspeitas de propina.

O atentado em Guarulhos ocorre após Gritzbach já ter sido alvo de um ataque em dezembro de 2023, quando um tiro de fuzil foi disparado contra a janela de seu apartamento no Tatuapé, zona leste de São Paulo. Segundo apurado, a polícia identificou o autor do ataque, que teria sido uma das primeiras tentativas de eliminação do delator.

Gritzbach afirmou ter conhecido integrantes do PCC por meio de um corretor da Porte, e o Ministério Público agora investiga diretores da construtora por suspeita de envolvimento na venda de imóveis para traficantes. A Porte informou que cooperará com as autoridades e negou manter qualquer ligação com Gritzbach desde 2018.

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