A Polícia Civil deflagrou na manhã desta quinta-feira (11) a operação Closer em Canoas. O objetivo é desarticular um grupo que pratica os crimes de extorsão e associação criminosa através do “Golpe do Motel”.
A 3ª Delegacia de Polícia de Canoas coordena a ofensiva. Estão sendo cumpridos três mandados de prisão contra os integrantes do grupo nas cidades de São Leopoldo e Novo Hamburgo. Até o momento, policiais prenderam dois criminosos.
LEIA MAIS:
- Polícia Rodoviária Federal prende no Rio Grande do Sul criminoso acusado de ser chefe da “máfia do pix”
- Leite anuncia concurso público com mais de 2 mil vagas na segurança pública
- Polícia investiga loja por vender celulares roubados em Canoas
De acordo com a polícia, o grupo atua em Porto Alegre e em cidades da Região Metropolitana e da Serra Gaúcha. O grupo, conforme a investigação, teria vitimado mais de 20 pessoas.
Vítima do golpe do motel procurou a delegacia
Conforme a Polícia Civil, o golpe começou a ser investigado em fevereiro deste ano. Na ocasião, uma das vítimas procurou a 3ª DP para relatar que estava sendo ameaçada por criminosos que teriam informações sobre um possível caso extraconjugal com uma garota de programa.
Nas mensagens encaminhadas para a vítima, os criminosos mostraram que sabiam de detalhes da vida e da rotina. Durante a conversa, os bandidos encaminharam fotos e vídeos do homem saindo de um motel acompanhado. Logo após, eles exigiram a quantia de R$ 8 mil para não divulgar o conteúdo e não expô-lo para seus familiares e seu cônjuge.
Como funciona o golpe
Após a denúncia, os investigadores identificaram os autores do crime e o ‘modus operandi’ do grupo criminoso.
De acordo com a polícia, os bandidos escolhiam o horário da tarde para fazer campanas em frente a motéis de luxo. Após escolherem a vítima, eles faziam o registro fotográfico e gravação de vídeo do momento da entrada ou saída do estabelecimento comercial.
Em posse das imagens, os criminosos buscavam informações sobre as vítimas para, em seguida, iniciar a extorsão. Por vezes, os bandidos se passavam por detetives particulares e alegavam que os parceiros das vítimas haviam os contratado para descobrir eventuais traições. Além disso, eles prometiam que o caso a vítima pagasse o valor determinando, as idas aos motéis seriam escondidas dos companheiros.
Conforme a delegada Luciane Bertoletti, titular da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas, “não se trata de discutir questões que envolvem moralidade. O que há, efetivamente, é a prática de crimes gravíssimos que podem destruir a vida de uma pessoa, inclusive levando-a ao suicídio.“ Por fim, ela salienta que vítimas do “golpe do Motel” procurem a delegacia para denunciar o crime.
Já o diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ª DPRM), delegado Cristiano Reschke, destaca que a prática de extorsões traz um tormento psicológico imenso às vítimas, que temem que sua vida privada seja devassada e exposta a familiares, amigos e sociedade. Reschke reforça que esses casos são tratados com prioridade na delegacia para que cessem o mais rápido possível as ameaças e haja a responsabilização dos criminosos, que se valem justamente da vida privada e intimidade das vítimas para criar um sistema estruturado de ameaças e extorsões.