O Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul (Coren-RS) apresentou uma denúncia formal contra o médico André Lorscheitter Baptista ao Conselho Regional de Medicina (Cremers). Ele é investigado pela morte da esposa, Patrícia Rosa dos Santos, ocorrida em Canoas.
Conforme a denúncia, o médico teria usado seus conhecimentos para cometer o crime, o que configura uma violação do código de ética médica. Caso o Cremers abra um processo ético-disciplinar, Baptista poderá perder o registro profissional.
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Médico acusado de matar esposa em Canoas pode perder registro: indiciamento e suspeitas
A Polícia Civil concluiu o inquérito no dia 7 de novembro, apontando Baptista como autor do crime. Ele foi indiciado por feminicídio qualificado, adulteração de local de crime, falsidade ideológica e furto qualificado. A investigação revelou que ele teria colocado remédio em um sorvete para sedar Patrícia, administrado uma medicação para eliminar a dor e, por fim, injetado outro fármaco para matá-la.
Além disso, outros três profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram indiciados por suspeita de colaborar na adulteração da cena do crime.
Apreensões e prisão
Durante uma operação no consultório do médico em Porto Alegre, a polícia encontrou medicamentos, incluindo sedativos e relaxantes musculares, que teriam sido usados no crime. Baptista foi preso no dia 29 de outubro e permanece detido na Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan).
A defesa do médico nega as acusações e afirma que ele é inocente. Já o Ministério Público aguarda laudos do Instituto-Geral de Perícias para seguir com o caso.
O que diz a defesa do acusado; Confira nota na íntegra
Em atenção à imprensa e à sociedade, e considerando os recentes desdobramentos do caso envolvendo o Sr. André Lorscheitter Baptista, sua defesa técnica, representada pelo advogado Luiz Felipe Mallmann de Magalhães, vem a público prestar os seguintes esclarecimentos que considera necessários ao momento.
Sobre o apressado indiciamento de André pelo suposto crime de feminicídio contra sua então esposa, Patrícia Rosa dos Santos, e demais crimes correlatos, a defesa reafirma que o investigado nega veementemente qualquer envolvimento no ocorrido, sendo totalmente inocente das acusações imputadas, e reitera que as circunstâncias apontadas não condizem com a verdade dos fatos.
Com todo o respeito à instituição da Polícia Civil, a defesa técnica destaca que o procedimento de apuração não foi conduzido com a necessária imparcialidade, tendo-se observado desde o início uma clara tendência de direcionar a investigação para uma única linha de suspeita, com foco em reunir elementos para imputar a culpa a André, sem considerar adequadamente todas as informações disponíveis.
Isso é evidenciado pelo fato de que o inquérito foi concluído sem a oitiva de diversas testemunhas indicadas pela defesa, que poderiam contribuir significativamente para o esclarecimento dos fatos.
Outro ponto de destaque é o fato de que o indiciamento por feminicídio se deu sem a apresentação de qualquer motivação. Não há, em momento algum, qualquer prova ou indício que sustente a alegação de uma possível motivação — obviamente inexistente — para o crime, lacuna na fundamentação do indiciamento que reforça ainda mais a improcedência das acusações.
Ademais, a defesa repudia a postura do Delegado de Polícia ao utilizar o caso como meio de autopromoção, ao divulgar à imprensa informações e elementos do inquérito aos quais a defesa ainda não teria tido acesso ou que sequer estavam documentados no procedimento investigatório, conduta essa que compromete a transparência da apuração e a confiança na Instituição.
André Lorscheitter Baptista seguirá firme na defesa de sua inocência e confia que, dentro dos procedimentos legais cabíveis, conseguirá comprovar a falsidade das acusações que lhe são imputadas. Sua defesa continuará atuando com rigor e respeito, buscando sempre o esclarecimento da verdade.