A Síndrome de Tourette (ST), também conhecida como transtorno de tiques, é um distúrbio neurológico que causa movimentos involuntários e sons repetitivos, conhecidos como tiques.
Esses tiques podem ser motores (movimentos do corpo) ou vocais (sons ou palavras), e podem variar em intensidade e frequência ao longo do tempo. A síndrome foi nomeada em homenagem ao médico francês Georges Gilles de la Tourette, que descreveu o distúrbio pela primeira vez em 1885.
De acordo com a Tourette Syndrome Association of Australia a (ST) é caracterizada por movimentos musculares e vocalizações de forma rápidas, repetitiva e involuntária, os chamados “tiques”, e frequentemente envolvem dificuldades comportamentais.
Embora o comportamento da pessoa com Síndrome de Tourette muitas vezes seja interpretado erroneamente como malcriação ou falta de educação, na verdade, trata-se de uma condição médica que afeta o controle motor e vocal da pessoa.
Os tiques, que são o principal sintoma da síndrome, podem ser simples ou complexos, e surgem de maneira involuntária.
Sintomas da Síndrome de Tourette
A principal característica da Síndrome de Tourette são os tiques, que podem começar na infância, geralmente entre os 5 e os 10 anos de idade.
Os tiques motores são movimentos rápidos e repetitivos, como:
- Piscadelas excessivas
- Movimentos da cabeça
- Contração dos ombros
No entanto, os tiques vocais incluem sons como grunhidos, estalos, tosse, gritos e até palavras ou frases, às vezes com conteúdo vulgar ou ofensivo. Porém, é importante entender que a pessoa com a síndrome não tem controle sobre esses tiques, o que os diferencia de comportamentos voluntários ou intencionais.
Os tiques podem variar em intensidade ao longo do tempo, sendo mais pronunciados em situações de estresse ou excitação. Além disso, a maioria das pessoas com Síndrome de Tourette experimenta uma diminuição dos tiques à medida que envelhecem, com uma significativa redução ou até desaparecimento completo dos tiques na fase adulta.
Causas da Síndrome de Tourette
A causa exata da Síndrome de Tourette ainda não é completamente compreendida, mas acredita-se que resulte de uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Estudos sugerem que a síndrome seja hereditária, ou seja, tende a ser passada de geração em geração.
Se um dos pais tem a síndrome, existe uma maior chance de um filho também desenvolver o transtorno.
Além disso, a síndrome está associada a desequilíbrios em algumas substâncias químicas do cérebro, como a dopamina. A dopamina é um neurotransmissor importante para a coordenação motora e o controle dos movimentos, e acredita-se que um desequilíbrio dessa substância contribua para a manifestação dos tiques.
Diagnóstico da Síndrome de Tourette
Os médicos diagnosticam a Síndrome de Tourette principalmente com base nos sintomas e na observação clínica dos tiques. Não há um exame específico para diagnosticar a síndrome, e os profissionais confirmam o diagnóstico quando a pessoa apresenta tiques motores e vocais por pelo menos um ano, com início antes dos 18 anos.
O diagnóstico pode ser desafiador, pois profissionais de saúde podem confundir a síndrome com outros transtornos neurológicos ou comportamentais.
Além disso, os tiques podem ser temporários ou surgir em crianças pequenas durante períodos de crescimento. Por isso, é fundamental que um especialista, como um neurologista ou psiquiatra infantil, faça o diagnóstico para garantir o tratamento adequado.
Tratamento
Embora não exista cura para a Síndrome de Tourette, existem diversas opções de tratamento que podem ajudar a controlar os tiques e melhorar a qualidade de vida da pessoa afetada. O tratamento pode incluir:
- Terapias comportamentais: A terapia cognitivo-comportamental (TCC) pode ser eficaz para ajudar a pessoa a controlar os tiques, ensinando técnicas de relaxamento e formas de lidar com o estresse e a ansiedade.
- Medicamentos: Alguns medicamentos, como antipsicóticos e bloqueadores de dopamina, podem ser prescritos para reduzir os tiques. No entanto, os efeitos colaterais desses medicamentos devem ser monitorados de perto, e seu uso é geralmente recomendado apenas em casos mais graves.
- Apoio psicossocial: Crianças e adultos com Síndrome de Tourette podem se beneficiar de apoio emocional e psicológico, especialmente no ambiente escolar e social, onde o estigma e o preconceito são comuns. O apoio da família e amigos também é crucial para lidar com os desafios diários.
- Exercícios físicos e técnicas de relaxamento: Alguns estudos indicam que exercícios físicos regulares e práticas como yoga ou meditação podem ajudar a reduzir a frequência e a intensidade dos tiques, melhorando o bem-estar geral.
É importante ressaltar que este texto não substitui a orientação médica especializada. Assim, ao notar alterações no seu corpo ou em sua saúde, é fundamental procurar um médico para avaliação e diagnóstico adequado.
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