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Canoas
12 de março de 2025

Facção que matou preso dentro da Penitenciária de Canoas é alvo de operação

Até o momento, a operação tem quatro presos

A Polícia Civil deflagrou nesta terça-feira (17) a operação Visitatio Fatalis. A ofensiva mira integrantes da facção responsável pela execução de Jackson Peixoto Rodrigues de 41 anos dentro da Penitenciária de Canoas 3 (PECAN 3) (leia mais abaixo).

A ação, coordenada pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Gravataí, é uma resposta ao grupo criminoso após a morte da liderança de uma facção rival.

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Policiais cumpriram 17 mandados ordens judiciais em Canoas, São Leopoldo, Gravataí e Cachoeirinha. Quatro pessoas foram presas durante a operação. Além de drogas, os agentes apreenderam uma pistola 9mm.

Investigados alvos de operação ordenavam homicídios

De acordo com o delegado Edimar Machado de Souza, da DHPP de Gravataí, os alvos da ofensiva estão envolvidos diretamente em ordens para prática de homicídios. Os crimes, conforme apurado pela investigação, tem o objetivo de expandir o território de atuação da facção, além da cobrança de dívidas oriundas do tráfico de drogas.

“As ordens judiciais de busca e apreensão foram expedidas como uma forma de desarticular parte da estrutura da organização criminosa, notadamente no que concerne aos indivíduos designados para execuções de homicídios na região, assim como seus mandantes que se encontram no sistema carcerário”, explica Machado.

Líder de facção morto a tiros dentro da Penitenciária de Canoas

Jackson Peixoto Rodrigues de 41 anos morreu atingido pelos disparos realizados por outro detento dentro da Penitenciária Estadual de Canoas (PECAN) 3. O caso ocorreu no dia 23 de novembro. 

O criminoso é conhecido como Nego Jackson. Atualmente, ele é líder de uma facção criminosa que atua em Canoas e em outras cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre. 

De acordo com a Superintendência de Serviços Penitenciários do Rio Grande do Sul (SUSEPE), o ataque a tiros teria ocorrido durante a triagem dos detentos. 

Baleado, o criminoso chegou a ser encaminhado para atendimento médico em um hospital da Região Metropolitana. Porém, ele não resistiu aos ferimentos. 

Preso escreveu carta antes do crime

Jackson, escreveu uma carta um dia antes de ser morto a tiros dentro da Penitenciária de Canoas 3 (PECAN 3). No documento, ele pediu para ser transferido para “evitar uma tragédia como nunca ocorrera no sistema penitenciário gaúcho”.

O Governo do Estado confirmou a existência da carta. O funcionário que recebeu a carta por Jackson está entre os cinco servidores afastados pelo Palácio Piratini.

No documento, Jackson relata que estava separado apenas por uma portinhola de outros apenados que integram organizações criminosas rivais a dele. “O requerente informa que não tem compatibilidade de permanecer em galerias que contenham integrantes da facção Bala na Cara”, disse Rodrigues em carta escrita de próprio punho, mas em terceira pessoa.

Além disso, o preso alertou para o risco de entradas de armas no Complexo Penitenciário de Canoas. Logo após, ele pediu, novamente, transferência para a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC).

Por fim, na carta, Jackson disse só querer “cumprir seu tempo de pena sem nenhuma alteração no percurso, porém não quer virar uma vítima do Estado, que está subestimando em colocar inimigos de grande rivalidade no mesmo espaço físico, separados apenas por uma portinhola”.

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