O ator e diretor Ney Latorraca, de 80 anos, morreu nesta quinta-feira (26), no Rio de Janeiro. Ele estava internado desde 20 de dezembro na Clínica São Vicente, na Gávea, devido a complicações de um câncer de próstata e morreu por causa de uma sepse pulmonar.
Os médicos diagnosticaram o câncer em 2019. Na ocasião, Ney passou por uma cirurgia para retirar a próstata. No entanto, a doença retornou em agosto deste ano, já com metástase.
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Vida e carreira de Ney Latorraca
Ney Latorraca nasceu em Santos, São Paulo, em 25 de julho de 1944, como filho de artistas. Seu pai, Alfredo, trabalhava como cantor e crooner de boates, enquanto sua mãe, Tomaza, era corista. Durante a infância, Ney viveu em São Paulo e no Rio de Janeiro antes de retornar a Santos, onde estudou no Instituto de Educação Canadá. Lá, ele formou a banda Eldorado junto com amigos.
Ainda jovem, Ney assumiu o papel de líder e cantor do grupo. Aos 19 anos, estreou no teatro em 1964 com a peça escolar Pluft, o Fantasminha, que fez sucesso além dos muros da escola. Pouco tempo depois, em São Paulo, participou da peça Reportagem de um Tempo Mau, dirigida por Plínio Marcos no Teatro Arena. No entanto, o governo militar censurou o espetáculo antes de sua estreia, e alguns integrantes do elenco foram presos. Sobre o episódio, Ney desabafou: “Fiquei completamente arrasado, queria me matar. Voltei para Santos.”
De volta à sua cidade natal, Ney ingressou na Escola de Arte Dramática e participou de peças locais. Em 1969, estreou na televisão com Super Plá na TV Tupi e, no cinema, em Audácia, a Fúria dos Trópicos. Após experiências na TV Cultura e na TV Record, Ney consolidou sua carreira na Rede Globo em 1975, na novela Escalada, ao lado de Tarcísio Meira e Susana Vieira.
Papéis e histórias marcantes
Ao longo de sua trajetória, Ney marcou a dramaturgia brasileira com personagens icônicos. Em Coração Alado (1980), protagonizou com Vera Fischer a primeira cena de estupro em uma novela das oito. Em Vamp (1991), viveu Vlad, um de seus papéis mais memoráveis. Ele também brilhou como Barbosa em TV Pirata (1988), o italiano Ernesto Gattai em Anarquistas, Graças a Deus (1984), e o travesti Anabela em Um Sonho a Mais (1985), onde interpretou seis personagens.
Outros destaques incluem Mederiquis em Estúpido Cupido (1976–1977), líder da banda de rock Personélitis Bóis, e sua atuação ao lado de Marco Nanini na peça O Mistério da Irma Vap, dirigida por Marília Pêra, que ficou 11 anos em cartaz. Ney também participou de 18 novelas, seis minisséries, oito seriados, 23 longa-metragens e 13 peças. Sua última aparição na Rede Globo foi em 2011, no seriado A Grande Família.