O figo, ao contrário do que muitos pensam, não é uma fruta. Na verdade, trata-se de uma inflorescência, ou seja, uma flor invertida. Embora seja conhecido como fruta, o figo não se encaixa nessa categoria porque suas estruturas florais estão voltadas para o interior. Essa peculiaridade tem tudo a ver com o processo de polinização, que ocorre de uma maneira bem curiosa.
Uma cooperação entre figos e vespas
As figueiras jovens emitem aromas doces para atrair as vespas fêmeas, que são as polinizadoras dessa espécie. A vespa fêmea entra no figo através de um pequeno orifício localizado no topo da inflorescência, com o objetivo de depositar seus ovos.
Assim, durante esse processo, ela realiza a polinização ao se mover pelas flores no interior do figo. Após depositar os ovos, a vespa morre dentro da inflorescência, e seus nutrientes ajudam no desenvolvimento das flores que se transformarão em frutos.
Contudo, as larvas que nascem dentro do figo se alimentam das flores e até mesmo da vespa morta. Após algumas semanas, os machos emergem, copulam com as fêmeas em desenvolvimento e criam um orifício para permitir que as fêmeas escapem.
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Essas fêmeas carregam os grãos de pólen em seus corpos, realizando a polinização em outras figueiras, dando início a um novo ciclo.
Ciclo natural
Esse processo de interação entre o figo e a vespa é um exemplo claro de mutualismo, onde ambas as espécies se beneficiam. As figueiras e as vespas garantem a sua reprodução por meio dessa relação.
Porém, vale destacar que as figueiras cultivadas comercialmente, como a Ficus carica, foram selecionadas para não depender de polinização. No entanto, em outros países, onde o figo ainda precisa da vespa para se reproduzir, é possível que as pessoas consumam uma pequena vespa ao comer figo, embora esse não seja o caso das variedades brasileiras.
Assim, ao consumir figo, a curiosidade fica: será que estamos ingerindo vespa junto com a fruta? Em algumas variedades, em especial os figos selvagens, sim.
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