Qual é a relação entre o Carnaval e a saúde mental? O Carnaval é uma das festividades mais populares da cultura brasileira e se tornou referência sobre o país no mundo todo. A festa popular virou sinônimo de alegria, leveza e despreocupação para a maioria das pessoas. No Brasil, há uma máxima de que o ano só começa depois da folia.
Rafaela Mattos, psicóloga da Vibe Saúde, explica que é comum os foliões usarem maquiagens, fantasias e máscaras para criar um ‘disfarce’. “Do ponto de vista simbólico, a fantasia comunica algo sobre quem você é e sobre o que acredita. Este é mais um fator que colabora para a conexão ou ruptura entre as pessoas na hora do encontro”, explica.
Blocos de rua e shows, por exemplo, favorecem que pessoas que não se encontrariam em uma rotina comum, possam estar no mesmo espaço.
Saúde mental em perigo
Porém, a festividade pode trazer a camada mais superficial de cada um: a aparência. E pela efemeridade do próprio evento muitas vezes não é possível ou não há interesse de levar adiante a conexão.
“Por isso, é importante que haja consenso, cuidado e respeito mútuo entre os envolvidos. Esses encontros efêmeros têm seus benefícios, ampliam nosso repertório social, cultural e emocional”.
Por outro lado, a psicóloga da Vibe Saúde diz que pessoas podem ficar mais vulneráveis a viverem experiências de intolerância e preconceito. “A terapia também ajuda a encontrar ferramentas para que possa desbravar novos caminhos: assumir seu verdadeiro eu e se importar menos com cobranças externas”.
Festa também pode ajudar a sua saúde mental
Por isso, o carnaval tem também um outro papel importante além de quebrar barreiras: de permitir ao indivíduo relaxar suas próprias regras e afrouxar as tensões diárias, numa espécie de suspensão da realidade. Libera-se a ‘criança interior’, e trazem à tona a espontaneidade.
“O que se percebe é que a rotina de trabalho, afazeres, cobranças e necessidades de corresponder às expectativas externas fomentam uma urgência em ‘fazer o que tem que ser feito’, ocupando, muitas vezes, todo o espaço em nossas vidas e não permitindo ser quem se é.” Segundo a especialista, é preciso internalizar alguns aspectos do evento: “Quando nos vestimos de nós mesmos, isso nos diverte, alegra e realiza?”
O evento anual parece ser uma licença poética para acessar lugares, emoções e comportamentos negados pelas pessoas ao longo do ano. “Atente-se para o quão longe da realidade você precisa ir para ter paz, alegria, diversão e criatividade na sua rotina, para que o Carnaval aconteça mais vezes, dentro de você”.
É importante ressaltar que este texto não substitui a orientação médica especializada. Por isso, ao notar alterações no seu corpo ou em sua saúde, é fundamental procurar um médico para avaliação e diagnóstico adequado.
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