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14 de janeiro de 2025

Polícia encontra comprovante de compra de arsênio em celular de suspeita

A polícia revelou que encontrou um comprovante de compra de arsênio no celular da mulher que é acusada de ter matado três pessoas envenenadas

A Polícia Civil revelou que Deise Moura dos Anjos, suspeita de ter matado quatro pessoas da mesma família, adquiriu arsênio pela internet. Uma nota fiscal, obtida com exclusividade pela RBS TV, mostra Deise como destinatária e o produto identificado como arsênio. Este documento estava salvo no celular da suspeita, apreendido durante as investigações.

Durante uma coletiva de imprensa na última sexta-feira (10), a polícia confirmou que Deise realizou quatro compras de arsênio ao longo de quatro meses. A primeira aquisição aconteceu antes da morte do sogro, que foi envenenado. As outras três compras ocorreram antes do envenenamento de três pessoas que consumiram um bolo contaminado em dezembro. O veneno foi entregue pelos Correios.

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A Polícia Civil apontou “fortes indícios” de que Deise possa ter praticado outros envenenamentos. Além disso, há suspeitas de que a mulher também seja responsável pela morte do pai, José Lori da Silveira Moura, que teria morrido por cirrose, em 2020.

“Não temos dúvida de que se trata de uma pessoa que praticava homicídios e tentativas de homicídios em série, que por muito tempo não foi descoberta e tentou apagar provas”, afirmou a delegada Sabrina Deffente, do Litoral Norte do RS.

O arsênio, composto trioxido de arsênio, tem sua venda proibida no Brasil como raticida, sendo seu uso como agente quimioterápico restrito.

Em nota, a defesa de Deise, presa temporariamente, alega que as declarações ainda não foram judicializadas e aguarda a análise dos documentos e provas para se manifestar. (Veja nota na íntegra abaixo)

Alvo da suspeita de envenenamento por arsênio

De acordo com o delegado Marcos Veloso, Zeli dos Anjos, sogra de Deise, era o principal alvo dos envenenamentos. A polícia confirmou que Deise levou leite em pó para a casa dos sogros e investiga como a farinha usada no bolo de Natal foi parar na dispensa de Zeli.

Após a revelação do caso do bolo, a polícia passou a investigar a morte de Paulo Luiz dos Anjos, sogro de Deise, que faleceu em setembro, supostamente por intoxicação alimentar. Exames confirmaram que ele ingeriu arsênio antes de morrer, após consumir bananas e leite em pó levados por Deise.

Em mensagem enviada à sogra, Deise listou motivos que poderiam ter causado a morte de Paulo: “Não sei, acho que eu não faria nada, pois poderia ter sido várias coisas: intoxicação alimentar, negligência médica, a banana contaminada pela enchente, ou simplesmente a hora dele… Sei lá.”

O relatório preliminar da extração de dados dos celulares apreendidos mostrou buscas na internet por termos como “arsênio veneno”, “arsênico veneno” e “veneno que mata humano”. Estas informações constam na representação da Polícia Civil pela prisão temporária de Deise, em Nova Santa Rita.

Nota da defesa na íntegra

As declarações divulgadas na coletiva de imprensa ainda não foram judicializadas no procedimento sobre o caso, assim a Defesa aguarda a integralidade dos documentos e provas para análise e manifestação.

A Defesa já realizou requerimentos e esclarecimentos no inquérito judicial, referentes aos andamentos da investigação, aguarda neste momento decisão judicial.

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