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10 de março de 2025

Bolo envenenado: marido leva roupas e remédios para suspeita na cadeia

O caso do bolo envenenado ganhou mais um detalhe. Dessa vez, o marido da suspeita levou roupas íntimas e medicamentos para a mulher na penitenciária. Veja mais detalhes a seguir

Deise Moura dos Anjos, suspeita de matar três familiares com um bolo envenenado com arsênio, permanece presa temporariamente no Presídio Estadual Feminino de Torres, onde o crime ocorreu. Contudo, mesmo sem poder receber visitas, ela conta com o apoio de familiares.

Segundo informações apuradas pelo Correio do Povo, a irmã dela esteve no presídio e entregou uma receita médica para a compra de medicamentos controlados, além de outros itens. De acordo com os agentes penitenciários, Deise realiza tratamento para depressão, conforme atestado por um prontuário médico.

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No histórico da suspeita, constam uma tentativa de suicídio e relatos de que ela já cogitou tirar a própria vida, mas afirmou que o filho, de 9 anos, é o principal motivo para não concretizar o ato.

Além do bolo envenenado: marido envia itens pessoais, mesmo após contaminação

Deise também recebe apoio do marido, Diego Silva dos Anjos, que enviou uma sacola com roupas íntimas e produtos de higiene pessoal logo após sua prisão, no início de janeiro. Segundo explicam agentes ao Correio do Povo, ele declarou que pretende continuar com as entregas enquanto ela estiver em regime temporário.

Por outro lado, exames periciais apontaram a presença de arsênio em amostras de urina de Diego e do filho. De acordo com a Polícia Civil, ambos teriam consumido suco de manga possivelmente contaminado por Deise. Em depoimento, Diego relatou que passou mal após ingerir a bebida e revelou ter enfrentado sintomas de intoxicação alimentar em outubro, que o levaram à internação hospitalar.

Ainda assim, conforme apurações do Correio do Povo, Diego parece não responsabilizar diretamente a esposa pelo ocorrido. Pessoas próximas a ele confirmam que o homem contratou advogados para solicitar o divórcio, embora Deise ainda não tenha sido informada da decisão.

Conduta exemplar no presídio

No presídio, Deise é descrita como uma detenta exemplar. Segundo relatos de funcionários obtidos pelo Correio do Povo, ela mantém sua cela “extremamente limpa e organizada”, segue todas as regras e não apresenta comportamento agressivo ou indisciplinado.

“Ela é tranquila, educada e mantém tudo em ordem. No entanto, não demonstra nenhum tipo de emoção”, revelou um agente penitenciário. Durante a maior parte do dia, Deise permanece em silêncio, lê livros ou dorme. Ela também tem direito a uma hora de banho de sol no pátio, sempre separada das demais presas, por questões de segurança e pela natureza do crime investigado.

A separação ocorre, principalmente, devido ao fato de Deise estar em prisão temporária. Além disso, conforme explicado por um policial penal, a unidade busca evitar hostilidades. “A maioria das detentas não tolera crimes que envolvam crianças”, explicaram os agentes do Correio do Povo.

Novos indícios agravam suspeitas

Exames realizados pela perícia confirmaram a presença de arsênio no filho de Deise. O menino é a segunda criança envolvida nos casos de envenenamento que marcaram o último Natal. Em dezembro, o filho de uma das vítimas também quase morreu após consumir o bolo supostamente contaminado.

Deise segue como a principal suspeita de ambos os episódios, enquanto a Polícia Civil continua apurando novas provas

Relembre quem é quem no caso do bolo envenenado

Zeli dos Anjos: sogra de Deise e responsável por preparar o bolo envenenado. Zeli sobreviveu ao envenenamento mesmo após ter sido a única da família que comeu dois pedaços da sobremesa. Ela chegou a ficar internada no hospital mas já recebeu alta. A polícia acredita que ela era o principal alvo de Deise.

Neuza Denize Silva dos Anjos: irmã de Zeli e uma das vítimas fatais. Ela tinha desentendimentos com Deise, relacionados à antipatia da suspeita com sua filha, Tatiana.

Tatiana Denize: prima de Deise, Tatiana foi uma das vítimas fatais. A investigação aponta que Deise nutria ressentimentos banais em relação a Tatiana, como a realização de seu casamento em uma igreja desejada por Deise.

Matheus: sobrinho-neto de Zeli, Matheus sobreviveu ao envenenamento e foi o primeiro a receber alta do hospital. A polícia acredita que ele não era um alvo direto de Deise.

Paulo Luiz dos Anjos: sogro de Deise, envenenado com arsênio possivelmente por meio de leite em pó em setembro de 2024. Seu corpo foi exumado, confirmando a presença do veneno.

José Lori da Silveira Moura: pai de Deise, supostamente envenenado com doses menores de arsênio ao longo do tempo. A polícia planeja exumar seu corpo para confirmação.

Diego Silva dos Anjos: marido de Deise, filho de Zeli e Paulo Luiz. Até o momento, a Polícia Civil descartou o envolvimento de Diego nos envenenamentos.

Mais detalhes do caso

A trama começou a ser desvendada após a tragédia de 23 de dezembro de 2024, quando seis pessoas consumiram o bolo envenenado durante uma confraternização familiar. A investigação revelou que a farinha utilizada no preparo do bolo estava contaminada com arsênio, substância que Deise comprou pela internet. As evidências incluem pesquisas online sobre arsênio e entregas da substância em nome de Deise.

A motivação por trás dos envenenamentos ainda é alvo de especulações, mas a polícia aponta para ressentimentos banais, como dívidas e questões familiares menores. Deise demonstrou frieza durante os interrogatórios, reforçando a hipótese de uma personalidade calculista e fria.

Perícia encontra arsênio nas urinas de marido e filho de Deise

Exames confirmaram a presença de arsênio, um veneno, na urina do marido e do filho de Deise Moura dos Anjos. Deise está presa pela morte de três familiares que ingeriram um bolo envenenado na antevéspera do Natal, em Torres. Além disso, outras três pessoas foram intoxicadas, mas sobreviveram ao incidente.

A tentativa de envenenar o marido e o filho teria ocorrido antes do episódio do bolo. Três fontes diferentes confirmaram essa informação à GZH.

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