O Rio Grande do Sul registrou nesta terça-feira (4), a maior temperatura oficial da sua história, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O estado, que há oito meses enfrentou a maior enchente de sua história, agora sofre com uma onda de calor intensa. O novo recorde de temperatura reforça a gravidade do evento climático.
A estação meteorológica automática do Inmet em Quaraí marcou impressionantes 43,8ºC até as 15h. Esse valor se tornou o maior já registrado no Rio Grande do Sul desde o início das medições oficiais em 1910. Se confirmado após a revisão dos dados, esse registro superará o recorde anterior de 42,9ºC, medido em Uruguaiana no dia 27 de fevereiro de 2022. Outras marcas históricas incluem 42,6ºC em Alegrete em 1917 e em Jaguarão em 1943, além de 42,5ºC em Quaraí na última segunda-feira (3).
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O calor extremo desta terça-feira também estabeleceu dois novos recordes no estado: a maior temperatura já registrada no verão e a maior máxima para o mês de fevereiro. Antes, o recorde do mês era de 42,9ºC, anotado em Uruguaiana em fevereiro de 2022. O que chama atenção é que as marcas históricas de 1917 e 1943 perduraram por 79 anos, até serem superadas em 2022.
Agora, apenas três anos depois, um novo recorde pode ter sido estabelecido. No entanto, vale ressaltar que a estação meteorológica que registrou os 43,8ºC em Quaraí só começou a operar em 16 de outubro de 2007, ou seja, não existia nas ondas de calor de 1917 e 1943. Enquanto isso, Uruguaiana, que fica na mesma região, teve temperaturas mais altas em 1943 do que na atual onda de calor, assim como aconteceu em 2022.
Já em Cacequí, os termômetros marcaram impressionantes 48ºC.
Rio Grande do Sul bate recorde de calor nesta terça: onda de calor atual não é a pior da história gaúcha
A onda de calor atual não é a mais intensa da história do Rio Grande do Sul, mas registrou a maior temperatura já medida oficialmente no estado. Ou seja, embora o calor extremo desta terça tenha quebrado o recorde de temperatura máxima com 43,8ºC em Quaraí, outras ondas de calor, como as de 1943 e 2022, foram mais longas e abrangentes.
Entenda
O que acontece é que a atual onda de calor registrou a maior temperatura já medida oficialmente no Rio Grande do Sul (43,8ºC em Quaraí). No entanto, uma onda de calor não se define apenas pela temperatura máxima em um único dia, mas sim pela duração e abrangência do calor extremo.
Ou seja, a onda de calor de janeiro de 2022, por exemplo, foi mais intensa no geral, pois durou mais tempo e atingiu várias cidades com temperaturas acima de 40ºC por dias seguidos. Já a de 1943 também foi marcante, pois Porto Alegre registrou seu recorde histórico (40,7ºC).
Resumindo, nesta terça, o Estado teve a maior temperatura já registrada oficialmente no Rio Grande do Sul, mas a onda de calor atual não é a pior da história, porque outras duraram mais tempo e atingiram mais cidades.
Onda de calor de 1917
Em 1917, uma onda de calor extrema atingiu o Rio Grande do Sul. Na época, o jornal “A Federação” era um dos principais diários do estado e publicava diariamente dados meteorológicos. Foi nesse periódico que apareceu o registro histórico de 42,6ºC em Alegrete, um recorde que permaneceu intacto por quase 80 anos.
Os eventos climáticos extremos vêm se tornando mais frequentes e severos, o que reforça a necessidade de monitoramento constante. Se confirmados os 43,8ºC em Quaraí, o Rio Grande do Sul terá um novo marco climático, evidenciando os impactos cada vez mais fortes das mudanças no clima.