A Polícia Penal encontrou uma camiseta com frases escritas à mão dentro da cela de Deise Moura dos Anjos, suspeita de matar familiares com bolo envenenado, que foi achada morta na última quinta-feira (13) na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba. Na mensagem, Deise declarou ser inocente.
Bolo envenenado: mulher deixou mensagem em camiseta: cartas e anotações
Durante a inspeção, os agentes também encontraram papéis com rabiscos e cartas deixados por Deise. A Polícia Civil recolheu os documentos, que agora passarão por análise e poderão ser usados como provas no inquérito.
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A detenta estava sozinha na cela e vestia o uniforme prisional. A Polícia Civil e o Instituto-Geral de Perícias (IGP) investigam as circunstâncias da morte. Além disso, a corregedoria-geral do sistema penitenciário abriu uma investigação interna para apurar possíveis falhas.
Até o momento, não há informações sobre comunicados da detenta ou de sua defesa alertando sobre risco de suicídio.
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O Instituto Médico Legal (IML) liberou o corpo de Deise na noite de quinta-feira (13). O velório aconteceu na manhã desta sexta-feira (14), na Região Metropolitana, com a presença de poucas pessoas.
Advogados dizem que presídio foi alertado sobre riscos
A defesa de Deise afirma que avisou a direção da penitenciária sobre riscos que a mulher corria. Os advogados também dizem que pediram atendimento médico e psicológico para a detenta, principalmente depois da transferência para Guaíba. A Polícia Penal não confirmou ter recebido esses pedidos.
O órgão, no entanto, informou que Deise passou por três atendimentos psicológicos e dois atendimentos com a equipe de saúde na penitenciária. A instituição também declarou que três psicólogos atuam no presídio e que as celas passam por inspeções diárias.
Na cela onde Deise estava isolada, havia cama, vaso sanitário, chuveiro, pia, uniforme prisional, roupas de cama, livros, cartas e objetos de higiene pessoal. Segundo a Polícia Penal, nenhum desses itens representava risco.
Medo de ser transferida para galeria com outras detentas
A defesa de Deise informou que, na última terça-feira (11), a Polícia Civil pediu a conversão da prisão temporária em preventiva. O Ministério Público aceitou o pedido, e o caso estava em análise pela Justiça.
Se a decisão fosse favorável, Deise deixaria a cela isolada e seria transferida para uma galeria com outras detentas. Os advogados afirmam que ela manifestou preocupação com a própria segurança, caso essa mudança ocorresse.
A polícia ainda disse que com a morte da acusada, o caso do bolo envenenado está encerrado.
Nota da Polícia Penal
A Polícia Penal informa que a apenada Deise Moura dos Anjos recebeu três atendimentos psicológicos na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, além de dois atendimentos com a equipe de saúde. Na unidade, três psicólogos estão lotados para fazer atendimento.
Informa ainda que a rotina de inspeção é permanente, com a presença de servidores da Polícia Penal próximos às celas. Assim como em outras unidades prisionais, são feitas conferências em diversos momentos durante o dia. Além disso, agentes penitenciários realizam revistas diárias nas celas.
Cabe destacar que, desde 2019 até o final deste Governo, será investido R$ 1,41 bilhão de reais na reestruturação do sistema prisional gaúcho, viabilizando assim a construção de novas unidades prisionais, aquisição de equipamentos e novas tecnologia. Além disso, foram nomeados, desde 2019, mais de 3900 servidores para a Polícia Penal.