Pesquisadores da Universidade de Cambridge descobriram que a aspirina, um medicamento analgésico popular no Brasil, pode reduzir a propagação das células cancerígenas para outros órgãos. O estudo, publicado na revista Nature, mostrou que o remédio pode ser útil no tratamento de metástases, a principal causa das mortes por câncer, que ocorre quando a doença se espalha para diferentes partes do corpo.
Medicamento: aspirina e a redução das metástases
Os cientistas testaram os efeitos da aspirina em camundongos e verificaram que o remédio conseguiu diminuir a disseminação do câncer, especialmente nos casos de câncer de mama, pele e cólon. Esse avanço pode abrir caminho para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes, como as imunoterapias, que atacam as células tumorais.
O estudo revelou que a aspirina age bloqueando a produção do hormônio TXA2, responsável por proteger as células cancerígenas do sistema imunológico. Sem essa proteção, o corpo consegue combater as metástases de maneira mais eficiente.
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A necessidade de mais estudos
Embora os resultados sejam promissores, especialistas destacam que mais pesquisas são essenciais. O professor Edgar Dahl, do Hospital Universitário RWTH Aachen, afirmou que doses baixas de aspirina podem já produzir esses efeitos positivos, mas alertou para a necessidade de avaliar a segurança do uso prolongado do medicamento.
A pesquisadora Cornelia Ulrich, diretora do Comprehensive Cancer Center, também ressaltou que mais estudos são necessários para determinar quais tipos de câncer se beneficiariam do tratamento com aspirina.
Ela sugeriu que a droga pode ser especialmente útil em combinação com imunoterapias, após a remoção de tumores.
O efeito da aspirina em outros tipos de câncer
Estudos anteriores já haviam indicado que a aspirina tem um efeito antimetastático. No ano passado, uma pesquisa sugeriu que o medicamento pode reduzir o risco de câncer de cólon. No entanto, os especialistas alertam que não se deve tomar aspirina sem orientação médica, pois mais estudos são necessários para confirmar esses benefícios.
O uso de aspirina no tratamento do câncer é promissor, mas ainda precisa de mais investigações para comprovar sua eficácia e segurança.