A polícia investiga um professor que furou 45 alunos com a mesma agulha. O homem coletou amostras de sangue dos alunos, compartilhando o mesmo instrumento.
Os estudantes têm entre 16 e 17 anos,e foram eles que gravaram um vídeo em que o professor de química fura o dedo dos adolescentes com um objetivo pontiagudo de metal. O professor estaria fazendo uma espécie de “experimento”, colocando o sangue em lâminas após a coleta, para que cada jovem observasse o material no microscópio. O fato ocorreu em uma escola da rede estadual de Laranja da Terra, interior do Espírito Santo.
LEIA MAIS:
- Acidente mata técnica de enfermagem da Samu e deixa três feridos após ambulância colidir contra caminhão parado
- Escolas de Canoas recebem o projeto Caravana Geloteca; entenda
- Curso online gratuito abre inscrições para o Encceja; confira

Uma das alunas que participou da aula prática, diz:
“A gente viu, só que no momento a gente pensou: ‘Ah, ele é o professor, ele sabe o que ele está fazendo’. E, como ele estava limpando com álcool, a gente no calor do momento acreditou que estava tudo bem e a maioria deixou furar o dedo”, conta uma aluna.
Professor furou alunos com a mesma agulha e foi demitido. Ele trabalhava na escola desde o início de 2025
O professor, que iniciou a aula prática e furou 45 alunos com a mesma agulha, estava trabalhando na escola desde o início deste ano e foi demitido.
De acordo com os pais dos adolescentes, 44 alunos de três turmas participaram do experimento em dias diferentes na semana passada. Os pais contam que não foram comunicados sobre a atividade e que ficaram sabendo de tudo quando os jovens já haviam sido testados para saber se tinham sido infectados.
“A escola levou os alunos para fazer exame, fizeram o teste rápido, deu todos deles negativos, mas a preocupação da gente como pai e mãe é, e no futuro?”, diz uma mãe e aluno.
Nesta terça-feira (18), os alunos foram testados novamentes e serão monitorados por três meses. Os exames são aqueles que identificam a contaminação por hepatite B e C, HIV e sífilis.
“Toda vez que eu utilizo o mesmo material pérfuro cortante em mais de uma pessoa, o risco é de transmissão de doenças infecciosas entre aquelas pessoas. Não se higieniza material perfurocortante. Eles, por obrigação, têm que ser todos descartáveis. Uso único. Usei uma vez e joguei fora”, explica a médica infectologista, Rubia Miossi.
Professor realizou o experimento sem autorização
A secretaria de Educação do Espírito Santo diz que o professor não pediu autorização para realizar o experimento. A corregedoria apura o caso.
“Quando essa informação nos chegou, foi grave, porque a escola não conseguiu providenciar os insumos necessários à realização dessa atividade de forma adequada. E quando ele, além de não informar, faz dessa maneira, ele expõe todo mundo ao risco”, afirma o secretário de Educação do Espírito Santo, Vitor de Angelo.
A Polícia Civil está ouvindo as testemunhas e irá intimar o professor.