O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio neurodesenvolvimental que afeta a maneira como uma criança interage com o ambiente, com outras pessoas e como percebe o mundo ao seu redor. Embora o autismo seja um espectro, ou seja, se manifeste de maneira variável de uma pessoa para outra, identificar os sinais precoces pode ser crucial para que a criança receba o apoio e o tratamento necessários desde cedo.
Abaixo, abordaremos os sinais mais comuns do autismo em crianças, como os pais e cuidadores podem identificá-los e a importância do diagnóstico precoce.
O que é o transtorno do espectro autista?
O Transtorno do Espectro Autista é caracterizado por desafios em duas áreas principais:
- Interação social e comunicação: Dificuldades em estabelecer interações sociais adequadas e na comunicação verbal e não verbal.
- Comportamentos restritos e repetitivos: Padrões de comportamento, interesses ou atividades repetitivas ou intensamente focados em uma área específica.
Embora as causas exatas do autismo ainda não sejam completamente compreendidas, acredita-se que uma combinação de fatores genéticos e ambientais possa desempenhar um papel no desenvolvimento do transtorno.
Sinais comuns de autismo em crianças
1. Dificuldade em estabelecer contato visual
Uma criança com autismo pode evitar o contato visual ou mostrar desinteresse em interagir com os outros dessa forma. Isso pode ser percebido desde os primeiros meses de vida. O contato visual é uma forma importante de comunicação, e a falta dele pode ser um dos primeiros sinais.
2. Atraso na linguagem ou falta de fala
Muitas crianças com autismo apresentam atraso no desenvolvimento da fala. Em alguns casos, a criança pode não falar até uma idade mais avançada ou pode ter dificuldades em manter conversas. Outras podem ter uma fala repetitiva ou ecolalia, onde repetem palavras ou frases que ouvem, sem compreender o contexto.
3. Interação social limitada
As crianças com autismo podem ter dificuldades em interagir com outras crianças e adultos. Elas podem parecer desinteressadas em brincar ou se envolver com os outros, preferindo brincar sozinhas. O compartilhamento de interesses, como apontar para algo para mostrar aos outros, pode ser raro.
4. Comportamentos repetitivos
Comportamentos repetitivos, como balançar o corpo, bater palmas, alinhar objetos ou repetir ações de maneira constante, são sinais comuns de autismo. As crianças podem se envolver nessas atividades de maneira compulsiva, muitas vezes como uma forma de autorregulação ou de lidar com a sobrecarga sensorial.
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5. Interesses restritos ou focados
Algumas crianças com autismo se dedicam intensamente a um interesse específico, como um tipo de brinquedo, uma atividade ou um tema particular. Esse foco pode ser excessivo, e a criança pode demonstrar pouco interesse por outras atividades ou brinquedos. Por exemplo, uma criança pode se interessar exclusivamente por rodas de carros, sem se importar com o restante do brinquedo.
6. Sensibilidade sensorial exacerbada
Crianças com autismo frequentemente apresentam uma sensibilidade diferente aos estímulos sensoriais. Elas podem reagir de maneira exagerada a sons, luzes, cheiros ou texturas. Por exemplo, um som que para outras crianças é normal, como o barulho de um aspirador, pode ser insuportável para uma criança com autismo.
O oposto também pode ocorrer: a criança pode ser hipossensível e não reagir a dor ou estímulos que seriam desconfortáveis para outros.
7. Falta de expressão emocional ou dificuldade para reconhecer emoções
A criança com autismo pode ter dificuldade em expressar suas emoções de forma convencional, como sorrir, rir ou chorar em resposta a situações que normalmente provocariam essas reações. Além disso, ela pode ter dificuldades em compreender ou responder às emoções dos outros, como não perceber quando alguém está triste ou feliz.
8. Rotinas e mudanças
Crianças com autismo frequentemente se apegam a rotinas rígidas e podem ter dificuldade com mudanças inesperadas em sua rotina diária. Alterações, como mudar de horário ou até mesmo um novo ambiente, podem gerar grande ansiedade e, em alguns casos, até reações de estresse.
9. Desafios no brincar imaginativo
Enquanto crianças típicas começam a engajar em brincadeiras simbólicas (como brincar de faz de conta), as crianças com autismo podem ter dificuldades em atividades que envolvem imaginação. Elas podem se concentrar em brincar com objetos de maneira mais funcional ou repetitiva, como empurrar um carro para frente e para trás, sem inventar histórias ou criar personagens.
Quando procurar ajuda?
Identificar sinais de autismo precocemente pode fazer uma grande diferença na vida de uma criança. Se os pais ou cuidadores perceberem qualquer um dos sinais descritos acima, especialmente se houver vários deles, é importante procurar a orientação de um pediatra ou de um especialista em desenvolvimento infantil.
O diagnóstico de autismo pode ser feito por um profissional qualificado, como um neurologista, psicólogo ou psiquiatra infantil, que realizará uma avaliação abrangente do comportamento, da comunicação e das habilidades sociais da criança.
A intervenção precoce é fundamental para ajudar a criança a desenvolver habilidades essenciais para a vida cotidiana e para minimizar os desafios associados ao transtorno.
Diagnóstico precoce e intervenção
Embora o diagnóstico de autismo geralmente ocorra entre 2 e 3 anos de idade, alguns sinais podem ser percebidos ainda mais cedo. O diagnóstico precoce permite que a criança comece a receber apoio especializado desde os primeiros anos de vida.
Com intervenções, como terapia comportamental, terapia ocupacional, fonoaudiologia e outras abordagens especializadas, a criança pode melhorar suas habilidades de comunicação, sociais e motoras, desenvolvendo uma maior qualidade de vida.
