Uma simples mudança na forma de despejar a água sobre o pó pode tornar o café filtrado mais forte e saboroso, segundo estudo publicado na revista Physics of Fluids. Com os preços dos grãos em alta no Brasil e no mundo, a técnica também ajuda a evitar desperdícios e economizar.
Pesquisadores descobriram que despejar a água de forma contínua e de uma altura considerável, em vez do tradicional método circular e lento, intensifica o sabor do café. O jato forte cria uma espécie de avalanche no pó moído, aumentando a mistura entre água e café, o que resulta em uma bebida mais encorpada.
Os cientistas recomendam o uso dos bules de “pescoço de ganso”, que facilitam o controle da altura e da vazão do jato d’água. “Se o jato for fino e se desfizer em gotículas, ele não mistura o café de forma eficaz”, explicou Margot Young, da Universidade da Pensilvânia, coautora do estudo.
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O método foi testado usando partículas iluminadas por laser para entender o movimento da água no pó. A pesquisa mostra como princípios da física e da química aplicados na cozinha podem trazer novas descobertas.
Consumo e preço do café em alta
O Brasil é o segundo maior consumidor de café do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. No entanto, os brasileiros lideram no consumo per capita: são, em média, 1.430 xícaras por pessoa ao ano.
Mesmo assim, o café está mais caro. De acordo com o IPCA, o preço da bebida subiu 66% em 12 meses no Brasil. Globalmente, a alta foi de quase 40% em 2024, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação).
A FAO atribui o aumento dos preços às mudanças climáticas, à queda na produção em países como Brasil, Vietnã e Indonésia e ao aumento dos custos de transporte. A tendência de alta deve continuar em 2025, impulsionada também pelo crescimento da demanda na Ásia.