A Anvisa aprovou nesta segunda-feira (14) o registro da primeira vacina contra a chikungunya no Brasil. A farmacêutica Valneva desenvolveu o imunizante em parceria com o Instituto Butantan. Os profissionais de saúde aplicarão a vacina Ixchiq em dose única e a indicarão para adultos com 18 anos ou mais que vivem em áreas com maior risco de contágio.
Os especialistas não recomendam o imunizante para gestantes, imunodeprimidos ou imunossuprimidos. Os órgãos reguladores dos Estados Unidos (FDA) e da União Europeia (EMA) já haviam aprovado a vacina anteriormente.
A eficácia da Ixchiq foi avaliada em mais de 4 mil voluntários nos EUA e em adolescentes brasileiros. Os estudos mostraram que quase 99% dos vacinados desenvolveram anticorpos contra o vírus, com proteção mantida por pelo menos seis meses. Os efeitos colaterais relatados foram, em sua maioria, leves, como dor de cabeça, febre e fadiga.
Termo da Anvisa
A Anvisa firmou um termo de compromisso com o Instituto Butantan para monitoramento contínuo da vacina, com estudos de efetividade e ações de farmacovigilância.
O próximo passo é a produção nacional da vacina pelo Butantan, o que deve facilitar a inclusão no SUS (Sistema Único de Saúde). Assim, a incorporação ao sistema público ainda depende de aprovação da Conitec, responsável por avaliar novas tecnologias em saúde. A expectativa é que a vacina seja inicialmente oferecida em regiões com maior incidência da doença.
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Contudo, a chikungunya é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, também vetor da dengue e zika. Entre os sintomas estão febre alta, dores nas articulações, manchas na pele, vômitos e diarreia. Em casos graves, pode levar à morte.
Além disso, o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças registrou mais de 620 mil casos de chikungunya em 2024, com destaque para Brasil, Paraguai, Argentina e Bolívia.
Contudo, a aprovação da vacina representa um avanço importante no combate a uma doença que ainda afeta milhares de pessoas todos os anos.