Um novo estudo publicado no The American Journal of Clinical Nutrition revelou que o aumento da ingestão de vitamina B9 (folato ou ácido fólico) pode ajudar a reduzir em até 7% o risco de desenvolver câncer de intestino. A pesquisa, conduzida por cientistas do Imperial College London, analisou dados de mais de 70 mil pessoas ao longo de 51 estudos diferentes.
Segundo o epidemiologista Konstantinos Tsilidis, líder da pesquisa, o acréscimo de 260 microgramas de folato por dia, além da dose diária recomendada de 400 microgramas, já foi suficiente para reduzir significativamente a incidência da doença.
O que é a vitamina B9 (folato)?
A vitamina B9 é um nutriente essencial que atua na formação de células, no funcionamento adequado do cérebro e na produção de glóbulos vermelhos. Ela também desempenha um papel importante na proteção do DNA e pode ajudar a prevenir mutações celulares que levam ao câncer.
Fontes naturais de folato incluem:
- Vegetais de folhas verde-escuras, como espinafre e brócolis
- Leguminosas, como feijão e lentilha
- Frutas cítricas, como laranja e limão
- Grãos integrais e cereais fortificados
Por exemplo, 100g de brócolis cozido contêm cerca de 63 microgramas de ácido fólico, representando uma porção importante do que se precisa diariamente.
Câncer de intestino no Brasil: números preocupantes
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de intestino está entre os que mais crescem em casos e mortes no país. Em 2019, cerca de 20 mil brasileiros morreram em decorrência da doença. A prevenção, portanto, é essencial.
Entre os fatores de risco mais comuns estão:
- Idade acima de 50 anos
- Obesidade e sedentarismo
- Dieta pobre em fibras, frutas e vegetais
- Doenças inflamatórias intestinais, como retocolite ulcerativa e doença de Crohn
- Histórico familiar de câncer colorretal
Fatores genéticos também influenciam
Além do efeito direto da vitamina, o estudo mostrou que o folato pode interagir com genes específicos, modulando o risco de câncer. Uma região do cromossomo 3 foi identificada como potencial influenciadora da relação entre ingestão de folato e risco reduzido da doença.
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Nutricionista reforça importância de alimentação equilibrada
O nutricionista Matt Lambert, um dos participantes do estudo, afirmou que os resultados reforçam a importância de manter uma dieta saudável baseada em vegetais, frutas, grãos integrais e leguminosas.
“Este estudo reforça o que já dizíamos há anos: o folato, presente em diversos alimentos naturais, ajuda não só na redução do risco de câncer de intestino, como também na saúde geral do organismo, se consumido regularmente”, afirma.