Milhões de brasileiros correm o risco de perder o direito a benefícios do INSS ainda em 2025. Embora o Governo Federal tenha como meta automatizar 55% dos pedidos até o fim do ano, a pressa na digitalização já tem gerado negações indevidas, segundo alerta do Tribunal de Contas da União (TCU).
O uso do aplicativo ou site Meu INSS já ultrapassa 84 milhões de acessos por mês. o sistema foi criado para agilizar o atendimento e facilitar a vida do trabalhador. No entanto, a inteligência artificial usada para acelerar as análises tem cometido erros graves e podem comprometer o acesso de milhões ao que é de direito.
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De acordo com o TCU, o INSS negou de forma injusta quase 11% dos pedidos indeferidos entre janeiro e maio de 2024. Além disso, técnicos do tribunal identificaram inconsistências em quase 29% das análises, o que pode ter impedido o pagamento de benefícios a quem realmente tinha direito.
Além da falha dos sistemas automatizados, os próprios servidores são pressionados a negar pedidos para atingir metas de produtividade. Ou seja, a quantidade de análises feitas importa mais do que a qualidade da avaliação.

Milhões de pessoas podem perder direito a benefício do INSS: outro erro relatado
Outro problema frequente envolve o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS). Quando os dados estão desatualizados ou incorretos, o robô simplesmente rejeita o pedido, sem considerar documentos adicionais ou explicações do segurado.
Diante disso, o TCU determinou que o INSS corrija a forma como avalia os requerimentos. As medidas exigidas incluem:
- Treinar melhor os servidores;
- Corrigir falhas já na etapa inicial da análise;
- Criar alertas para detectar erros ou omissões nos documentos;
- Ajustar metas para considerar a complexidade dos casos;
- Avaliar com mais rigor a qualidade das decisões automáticas.
Além disso, o TCU também vai intensificar a fiscalização para impedir tanto negações injustas quanto concessões indevidas.
Enquanto isso, a fila do INSS continua crescendo. Em dezembro de 2024, mais de 2 milhões de pessoas ainda esperavam resposta. O tempo médio para análise também subiu: passou de 34 dias em julho para 39 dias em setembro — e pode ser ainda maior em regiões como o Nordeste, onde o prazo chega a 66 dias.
Com o número crescente de pedidos e a falta de precisão na análise automatizada, milhões de brasileiros poderão perder o direito ao benefício se nada for feito para corrigir essas falhas.