Mesmo tratando as denúncias como “boatos” em notas enviadas a franqueados e trabalhadores, a Cacau Show agiu com firmeza contra a primeira franqueada que decidiu romper o silêncio. O chamado “ritual da Cacau Show”, descrito por quem denuncia como uma espécie de retaliação velada, voltou ao centro dos debates após o fechamento da loja de Náira Alvim.
LEIA MAIS:
- Nova função no Nubank promete aumentar limite de crédito
- Projeto prevê auxílio de dois anos para vítimas de desastres naturais
- Pagamento INSS confirmado! Veja calendário de quem recebe
Cacau Show: loja que denunciou ritual é fechada pela empresa: “eu soube pelos vizinhos”, relata franqueada
Ela foi a primeira franqueada a falar abertamente sobre os abusos praticados pela rede, como perseguições a quem questiona as políticas da empresa. “Entraram lá e colocaram as placas de ‘fechado’. Eu soube pelos vizinhos”, contou Náira ao Portal Metrópoles.

Segundo ela, o ponto comercial, que estava em processo de repasse para outro franqueado, foi lacrado por representantes da Cacau Show na última segunda-feira (2). O contrato foi rescindido de forma unilateral logo após a publicação das reportagens do Metrópoles.
No documento de rescisão, a Cacau Show alegou: “considerando que a tentativa de venda da loja restou frustrada e considerando também que não temos mais interesse na continuidade da relação estabelecida no contrato de franquia, nos termos da cláusula 6.4, no prazo de 30 (trinta) dias contados desta data, o contrato estará rescindido”.
Náira agora enfrenta os prejuízos. “Vou ter que reassumir o imóvel e ver o que posso fazer para tentar diminuir, um pouco, o prejuízo – que já é enorme”, lamentou à reportagem.
A Doce Amargura: da denúncia anônima ao rosto por trás da crítica
Inicialmente, Náira usava um pseudônimo: “A Doce Amargura”. Com medo de retaliações, criou um perfil nas redes sociais e chegou a escrever um livro sobre sua experiência como franqueada. No entanto, após a primeira publicação do Metrópoles, ela decidiu mostrar o rosto e expor tudo o que viveu dentro da rede.
Enquanto isso, o CEO da Cacau Show, Alê Costa, segue promovendo novos projetos. Ele mencionou ao Metrópoles que a “instabilidade econômica” afetou custos e crédito. Em contrapartida, celebrou a construção do novo centro de distribuição e o Cacau Park, classificado por ele como “um espaço pioneiro que representa o futuro da nossa marca e será um orgulho para todos os brasileiros”.
Apesar disso, o episódio envolvendo Náira reforça as denúncias de um suposto ritual Cacau Show, onde franqueados que ousam se manifestar acabam sendo afastados da rede de maneira abrupta. A polêmica deve ganhar novos capítulos nos próximos dias.