O humorista e influenciador digital Nego Di foi condenado a 11 anos e oito meses de prisão em regime fechado, além do pagamento de multa, nesta terça-feira (10) em Canoas. A condenação se refere aos crimes de estelionato praticados contra 16 pessoas que compraram na loja virtual de Dílson Alves da Silva Neto.
De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, o sócio de Nego Di, Anderson Boneti, também acabou condenado e teve a mesma pena. A decisão é da Juíza Patrícia Pereira Krebs Tonet da 2ª Vara Criminal da Comarca de Canoas.
LEIA MAIS:
- MP cancela acordo com casal de influenciadores preso em Canoas
- Famoso supermercado faz liquidação para acabar com estoque
- Fiscalização interdita posto de combustíveis com bombas fraudadas
Nego Di condenado a 11 anos de prisão: entenda o caso
Conforme a denúncia, Nego Di e o sócio mantinham a loja virtual “TADIZUERA”. Por meio dela, eles ofereciam a venda de diversos produtos, com atenção para Iphones, televisores e aparelhos de ar-condicionado a preços abaixo do valor de mercado. Clientes não receberam os itens comprados e nem o estorno dos valores pagos.
De acordo com a investigação, entre janeiro e julho de 2022, a conta empresarial da loja recebeu mais de R$ 5 milhões e teve débitos nos mesmos valores. Ou seja, todo o dinheiro arrecadado com as vendas, teria sido “pulverizado” para outros fins.
Nego Di e o sócio estão presos desde 2024.
Na sentença, a magistrada destacou as extensas provas de autoria e a materialidade dos crimes.
“Cumpre registrar que não trata, o caso, de um estelionato comum, por assim dizer, daqueles que costumam ocorrer com pessoas menos esclarecidas ou desatentas, mas sim de um verdadeiro esquema meticulosamente organizado para ludibriar um grande público, auferindo vantagem financeira expressiva, e de lesividade social altíssima, pois focado em pessoas de condição financeira não elevada, em comércio de bens de consumo necessários e que se valeu da credibilidade inconteste de que um dos réus ostentava para retardar a percepção geral de que se tratava de um crime, viabilizando a concretização de outras tantas vendas, potencializando, assim, os lucros auferidos pelos autores da empreitada criminosa e, de outra banda, incrementando de forma impressionante o número de pessoas prejudicadas”, afirmou a magistrada.

Solto desde novembro
Condenado nesta terça-feira (10), Nego Di obteve habeas corpus em novembro do ano passado. Cumprindo medidas cautelares do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o humorista segue em liberdade. Por isso, ele poderá recorrer a decisão em liberdade.
Anderson também poderá recorrer da decisão. Porém, ele seguirá preso.
A reportagem da GBC tenta contato com a defesa dos réus.