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13 de junho de 2025

Saiba quem é ‘Viúva Negra’, criminosa gaúcha procurada pela Interpol

Envolvida em diversos crimes contra maridos e namorados, ela acumulou patrimônio e protagonizou histórias aterrorizantes

A advogada gaúcha Heloísa Gonçalves Duque Soares Ribeiro, conhecida como ‘Viúva Negra’, é uma das mulheres procuradas pela Polícia Internacional (Interpol).

Hoje com 75 anos, ela já foi investigada pela morte de quatro dos seis ex-companheiros, além de outros crimes. Está condenada por um homicídio, pelo qual é considerada foragida desde 2011.

Saiba quem é Viúva Negra, criminosa gaúcha procurada pela Interpol

Considerada uma das criminosas mais famosas da Interpol, Heloísa Gonçalves Duque Soares Ribeiro, é conhecida como Viúva Negra. O apelido veio após ela ser condenada pela morte de um de seus cinco companheiros.

Ela está condenada por um homicídio, pelo qual é considerada foragida desde 2011.

Heloísa nasceu e foi criada em Porto Alegre. Ela era advogada, e na década de 1970, foi detida em Brasília por suspeita de aplicar golpes na Previdência Social.

Em 1980, foi detida por falsidade ideológica, ao assinar um documento com outro nome. Não foi condenada. Mas, em 2007, acabou sentenciada por esse mesmo tipo de delito, a quatro anos e seis meses de prisão. O crime prescreveu em meio a recursos que ela impetrou contra a sentença.

Por duas décadas, Heloísa foi investigada por casos bem mais graves do que adulteração do nome, ao se envolver em episódios marcados por um rastro de sangue e balas, tendo como vítimas pessoas com as quais se relacionava.

Envolvida em diversos crimes contra maridos e namorados, ela acumulou patrimônio e protagonizou histórias aterrorizantes. E suspeitas.

Mortes

A primeira vez que o nome de Heloisa esteve envolvido em um caso de morte foi em 1971, quando o namorado dela morreu em um acidente de trânsito em uma viagem de Porto Alegre a Taquara, no RS. Ela não se envolveu no acidente.

Com 21 anos, ela estava grávida de uma filha e acabou herdando a casa do médico na capital gaúcha.

Em 1977, um namorado de Heloísa, um advogado gaúcho, levou 5 tiros enquanto passava férias com ela em Salvador. Ele acusou a mulher de tentar matá-lo, mas depois retirou a queixa e o caso foi arquivado.

Ao final dos anos 1970, ela se casou com outro homem e foram morar no Rio de Janeiro. Eles se casaram com comunhão total de bens. O carro do casal foi perseguido e emboscado a tiros por outro veículo.

O marido morreu e Heloísa não foi atingida. Ela foi investigada e meses depois, a Polícia Civil concluiu que o crime fora um assalto e o suposto autor acabou morto em confronto com forças de segurança. Heloísa herdou, na viuvez, dois imóveis, carros e dinheiro.

Na década de 1980, Heloísa se casou pela segunda vez, com um policial militar. Mesmo sem divórcio oficial, teria formado nova união, com o coronel do Exército Jorge Ribeiro, 54 anos, de quem se separou tempos depois. Porém, ainda casada com o PM, uniu-se novamente, ao comerciante de origem síria (e milionário) Nicolau Saad.

Por estas duas uniões, Heloísa acabaria condenada por bigamia, em 2011, sentença também não cumprida.

Nicolau Saad ficou casado com Heloísa de maio de 1990 até dezembro de 1991, quando teve uma parada cardíaca e morreu, aos 71 anos. A viúva herdou dele, 30 anos mais velho, um patrimônio avaliado na época em R$ 30 milhões. Ela passou a usar uma procuração do marido para transferir imóveis para o seu nome, motivo pelo qual seria condenada por falsidade ideológica anos depois, em 2007.

Logo depois da morte de Saad, foi a vez do ex-marido Jorge Ribeiro morrer, em fevereiro de 1992. O coronel do Exército foi amarrado, torturado e morto com marretadas na cabeça enquanto esperava por candidatos a operários que deveriam trabalhar em uma obra em seu escritório em Copacabana, zona sul do Rio.

A advogada foi acusada de ser a mandante do assassinato, de ajudar na execução do crime e de facilitar a fuga do matador, que nunca foi identificado. Heloisa respondeu ao processo em liberdade e desapareceu.

No total, a advogada é suspeita de quatro homicídios e três tentativas de homicídio. O primeiro crime do qual Heloísa é acusada ocorreu em 1972 e o último, em 1993.

A viúva sumiu do Brasil pouco antes do júri e foi julgada à revelia (quando o réu é comunicado oficialmente do processo e não se defende no julgamento).

Investigações policiais apontam que, após as mortes misteriosas de ex-companheiros, Heloísa teria herdado bens no valor de mais de R$ 20 milhões ao longo dos anos.

Heloísa segue foragida e é procurada em 190 países pela Interpol.

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