Israel e Irã transitam de uma relação histórica de cooperação para uma guerra que hoje mobiliza atenção global. A seguir, entenda a trajetória dessa tensão, desde as alianças no século XX até a guerra deflagrada atualmente.
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Guerra Israel x Irã: entenda a história do conflito: 1. 1948–1979: laços discretos sob o Xá
- 1948
- O Irã do xá Mohammad Reza Pahlavi reconheceu Israel como país muçulmano
Durante essas décadas, os países mantiveram relações militares, comerciais e de inteligência, inclusive apoio israelense durante a Guerra Irã-Iraque na década de 80.
2. 1979: ruptura após a Revolução Islâmica
- Com a Revolução Iraniana de 1979, Irã tornou-se abertamente anti-Israel.
- O aiatolá Khomeini declarou Israel como “pequeno Satã” e os EUA como “Grande Satã”
- Desde então, o Irã passou a apoiar grupos como Hezbollah e Hamas, intensificando confrontos indiretos contra Israel.
3. Sombras da guerra: proxy, ciberataques e vinganças
- Anos 2000–2010: ocorreram ataques a instalações nucleares iranianas — como o vírus Stuxnet em 2010 — e assassinatos de cientistas suspeitos de trabalhar no programa nuclear iraniano.
- Ambos os países travam uma “guerra nas sombras”, com ações clandestinas e apoio a militantes .
4. Escalada aberta em 2023–2025
- Outubro de 2023: após ataques do Hamas a Israel, o Irã assumiu posição de retaliação e a tensão aumentou.
- Abril de 2024: Israel destruiu o consulado iraniano em Damasco, matando comandantes do IRGC; o Irã respondeu com centenas de mísseis e drones em operação denominada “Operação Verdadeira Promessa” .
- Junho de 2025: Israel lançou um ataque direto com cerca de 200 jatos contra instalações nucleares e militares iranianas, matando líderes do IRGC e cientistas . Em resposta, o Irã respondeu com mísseis e drones, gerando novos ataques .
5. 2025: conflito declarado e escalada dramática
- A ofensiva de 13 de junho de 2025 representa uma virada do embate indireto para um conflito aberto entre os dois países .
- Israel admitiu ter acertado centros nucleares como Natanz e Isfahan.
- O Irã prometeu retaliação direta e classificou o ataque de “declaração de guerra”.
6. De proxy à guerra direta: ciclo de ação e reação
- 1979–2023 – conflito indireto via proxies (guerra travada entre grupos ou países menores em que cada um representa os interesses de outras potências maiores, e podem ter ajuda e apoio dessas), assassinatos e ataques cibernéticos.
- 2024 – primeiros confrontos diretos via ataques a lares diplomáticos e bombardeios aéreos.
- 2025 – transição para guerra aberta com bombardeios em solo dos dois países.
Impacto do conflito
- Escalada nuclear: o Irã contesta o Tratado de Não Proliferação em resposta aos ataques .
- Risco regional: forças alinhadas ao Irã — como Hezbollah, Houthis e milícias no Iraque — podem ampliar o conflito por todo o Oriente Médio .
- Repercussão global: com os EUA apoiando Israel e China/Rússia vinculados ao Irã, o impasse pode comprometer a estabilidade mundial .

Briga não é de hoje; Futuro é incerto
O conflito Israel–Irã não nasceu ontem. Ele se transformou de parcerias discretas em guerra aberta, atravessando meio século de história e ciclos de hostilidade. Embora a escalada atual traga temores de uma guerra regional maior, poucas vozes apostam na contenção sem cessar-fogo e diálogo diplomático. Ainda assim, a densa teia histórica sugere que nem o mais devastador ataque mudará considerações estratégicas profundas dos dois países.
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