O governo federal confirmou uma redução real de 7,4% nos gastos com o Bolsa Família em 2025, em comparação com o mesmo período de 2024. Os desembolsos caíram de R$ 84,3 bilhões para R$ 82,2 bilhões no primeiro semestre, já descontada a inflação, segundo dados da Instituição Fiscal Independente (IFI).
Apesar da coincidência com os cortes no orçamento e as metas do Arcabouço Fiscal, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) afirmou que parte da queda se deve à melhora na renda das famílias beneficiárias, o que levou ao desligamento voluntário de 958 mil famílias em julho, cerca de 3,5 milhões de pessoas deixaram de receber o auxílio.
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Por que o Bolsa Família está encolhendo?
Segundo a IFI, três fatores principais explicam a redução:
- Menor número de beneficiários: o programa atingiu o menor nível em três anos, com 19,6 milhões de famílias ativas.
- Queda no valor médio repassado: o benefício mensal caiu de R$ 683,99 para R$ 669,39 por família, sem reajuste do piso.
- Revisões cadastrais e limite fiscal: o governo intensificou a checagem de inconsistências no Cadastro Único e precisou limitar os gastos sociais para cumprir o teto de crescimento real de 2,5% ao ano.
O orçamento do Bolsa Família para 2025 foi reduzido de R$ 168,2 bilhões em 2024 para R$ 158,6 bilhões, um corte nominal de R$ 9,6 bilhões. Críticos alertam que, embora parte da queda esteja ligada à geração de empregos e ao aumento de renda, há forte influência da meta fiscal do governo e do contingenciamento de recursos.

Famílias deixam o Bolsa Família, mas seguem no radar
O MDS destacou que 54,2% das novas vagas de emprego formal entre janeiro e abril foram preenchidas por beneficiários do Bolsa Família, e 74,9% por pessoas do Cadastro Único. Entre os desligados, 536 mil famílias cumpriram os 24 meses da Regra de Proteção, que garante metade do valor do benefício mesmo após o aumento da renda.
Outras 385 mil famílias superaram a renda per capita de R$ 759, ultrapassando o limite de permanência no programa. No entanto, elas poderão retornar por meio do mecanismo chamado “Retorno Garantido”, uma espécie de porta automática de reentrada para quem voltar à situação de pobreza.