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25 de julho de 2025

Conheça a cidade mais violenta do Brasil

Conheça a cidade mais violenta de 2024

Segundo o 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (24), a cidade mais violenta do Brasil em 2024 é Maranguape, no Ceará, com uma população de apenas 105.093 habitantes.

Com uma taxa alarmante de 79,9 mortes violentas intencionais (MVI) por 100 mil habitantes, Maranguape ultrapassou Jequié (BA) e Juazeiro (BA) e assumiu a liderança no ranking nacional entre cidades com mais de 100 mil moradores.

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Todas as cidades no topo do ranking estão no Nordeste e concentram os piores índices de violência letal do país:

PosiçãoCidade (Estado)Taxa de MVI (por 100 mil hab.)
Maranguape (CE)79,9
Jequié (BA)77,6
Juazeiro (BA)76,2
Camaçari (BA)74,8
Cabo de Santo Agostinho (PE)73,3
São Lourenço da Mata (PE)73,0
Simões Filho (BA)71,4
Caucaia (CE)68,7
Maracanaú (CE)68,5
10ºFeira de Santana (BA)65,2

O que está por trás da violência em Maranguape?

De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o aumento das mortes em Maranguape está diretamente ligado à:

  • Disputa entre facções criminosas pelo controle do tráfico de drogas;
  • Ausência de políticas públicas efetivas em áreas vulneráveis;
  • Crescimento do crime organizado nas periferias da cidade.

“São bolsões de extrema violência, onde o Estado está ausente e o crime se impõe”, disse Samira Bueno, diretora do FBSP.

Quem são as principais vítimas?

O perfil das vítimas segue um padrão já conhecido no Brasil:

  • 91,1% são homens;
  • 79% são negros;
  • 48,5% são jovens com até 29 anos;
  • 73,8% das mortes ocorrem por armas de fogo, geralmente em via pública.

Em Maranguape, apenas 2% dos assassinatos tiveram participação policial, o que reforça o caráter de conflito entre criminosos.

Letalidade policial chama atenção na Bahia

Em cidades baianas como Jequié e Simões Filho, os dados indicam alta letalidade por parte das forças de segurança:

  • Jequié: 1 em cada 3 homicídios foi cometido por policiais
  • Simões Filho: 1 em cada 4 mortes tem envolvimento de agentes

Apesar da queda nacional, violência persiste em bolsões críticos

Embora o Brasil tenha registrado uma queda de 5,4% nas mortes violentas em 2024 (com 44.127 registros), algumas regiões seguem em colapso de segurança pública.

“A redução nacional esconde desigualdades regionais graves. É preciso investir em prevenção, inteligência policial e políticas sociais duradouras”, alerta Samira.

O avanço da violência em cidades como Maranguape expõe o impacto direto da fragilidade do Estado, avanço do narcotráfico e exclusão social. Sem ação coordenada entre governos estaduais e federal, os dados de 2025 podem ser ainda piores.

Josué Garcia
Josué Garcia
Estudante de jornalismo e redator de SEO, Josué Garcia escreve sobre cotidiano.
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